Wellington Duarte

27/02/2024 06h55

 

A liberdade dos libertários: cela da ignorância

 

O princípio fundamental da civilização é a liberdade.

 

Mas, que liberdade? A liberdade para ser ignorante? A liberdade de colocar a sua liberdade sobre o contrato social?

Marco Aurelio, imperador romano entre 161 e 180 d.C., já asseverava sobre essa tal “liberdade”, que ocorre num sistema político no qual existe a mesma lei para todos, um sistema político administrado com respeito à igualdade de direitos e à igual liberdade de expressão, e a ideia de um governo real que respeite acima de tudo a liberdade dos governados.

Já Thomas Hobbes (1588-1679), aquele que escreveu O Leviatã, publicado em 1651, descreveu a liberdade como sendo a de um homem livre que, naquelas coisas que por sua força e inteligência ele é capaz de fazer, não é impedido de fazer o que tem vontade de fazer. Parece um bolsonarista falando, mas ele irá colocar o conceito de Estado, para “controlar” o lobo-homem que vê sua liberdade como única.

John Locke (1632–1704) foi além. Para ele a liberdade, no “estado da natureza” consiste em estar livre de qualquer poder superior na Terra. As pessoas não estão sujeitas à vontade ou autoridade legislativa de outros, mas têm apenas a lei da natureza para governar.

Mas, na “sociedade política”, a liberdade consiste em não estar sujeito a nenhum outro poder legislativo, exceto aquele estabelecido por consentimento na comunidade. As pessoas estão livres do domínio de qualquer vontade ou restrição legal além daquela promulgada pelo seu próprio poder legislativo constituído, de acordo com a confiança nele depositada. É a liberdade relativa, que os bolsonaristas renegam.

A liberdade social faz a humanidade despertar. Mas despertar de que? Da ignorância, que a torna defensora de coisas absolutamente desprezíveis e muito aberta ao reacionarismo extremo.

A liberdade social acaba com a negligência do espírito. A “liberdade libertária” torna o espírito fraco.

Quando a dádiva da liberdade social é alcançada, regras e restrições ainda valem? Sim, ao contrário da “liberdade libertária”, que coloca os interesses individuais à frente de todos.

Mas a liberdade dos servos da ignorância é o sofrimento da sociedade.

Receber a iluminação do conhecimento é doloroso para o ignorante, que adora sua liberdade embrutecida

Seja submisso ou transgressor, seja aquele que dá ou que tira, aquele que destranca e abre as portas, seja um curador ou impostor, As chaves do futuro está nas nossas mãos, temos de somos a nossa própria criação, temos (como sociedade) o plano mestre, que é uma civilização livre da praga da ignorância.


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