Wellington Duarte

20/11/2022 12h53

 

As vivandeiras hipócritas começam futricar

Em recente “entrevista” à Tribuna do Norte, hoje um jornal reacionário, o senador eleito Rogério Marinho foi o que sempre foi: cínico. Acrescente-se ao seu histórico cinismo, a hipocrisia escancarada de quem não tem nenhum pudor em ser o crítico de um governo que está negociando alternativas emergenciais para recolocar o país no processo civilizatório.

O senador, que um dia se alegrava em puxar o saco da neossocialista Wilma de Faria, e que hoje vestiu a fantasia de reacionário antipetista, atacou principalmente a “PEC da Transição”, que nada mais do que um acordo orçamentário para (sic) recuperar o orçamento de 2023, esculhambado pelo Mandrião Perebento.

A PEC da Transição, transição de um país destruído para um país em reconstrução, apontará para a necessidade de R$ 175 bilhões, que ainda serão negociados, para recompor a capacidade da União em estabelecer o mínimo de políticas sociais. Isso causa arrepios em Marinho.

É bom lembrar que o Mandrião Depressivo, ícone do sr. Rogério Marinho, aplicou um dos maiores golpes eleitorais já vistos na República, quando empurrou uma PEC, chamada erroneamente de “PEC da bondade”, há poucos meses da eleição, favorecendo segmentos da sociedade que foram cooptados para a sua marcha da destruição. Talvez o desmemoriado Rogério Marinho não lembre, mas essa “PEC”, na verdade um estelionato eleitoral descarado, deixou um buraco de R$ 41,2 bilhões.

A preocupação cínica do senador eleito com as contas públicas “apaga” que ele apoiou ostensivamente o maior esquema de corrupção já vista, o “orçamento secreto” e transformou a “sua” Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF), que está sob investigação, num balcão de negócios, cooptando descaradamente os prefeitos e boa parte, senão a esmagadora maioria dos seus votos, veio dessa ação, no mínimo questionável, de transformar uma empresa pública num instrumento direto de cooptação política. Mas, para o sonso senador eleito, isso não tem nenhum problema.

Rogério Marinho, hoje um expoente do reacionarismo, passa pano para o fato de que o atual governo “furou” o tão aclamado Teto dos Gastos, desde o primeiro ano do seu governo. Foram R$ 53,6 bilhões em 2019, R$ 507,9 bilhões em 2020, R$ 117,2 bilhões em 2021 e serão R$ 116,2 bilhões neste ano de 2022, segundo os cálculos do economista Bráulio Borges, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), feito a pedido da BBC News Brasil. Para ele os gastos do governo Bolsonaro acima do teto somam R$ 794,9 bilhões de 2019 a 2022.

Rogério Marinho chama todos os potiguares de imbecis ao afirmar que sua preocupação é com as contas públicas. E, ao chamar os senadores, para “salvar o Brasil”, reafirma seu compromisso com o bolsonarismo fascista, que ainda lambe as perebas depois da derrota eleitoral, pequena em números, mas gigantesca em simbolismo. Rogério Marinho é um vencedor derrotado. Foi eleito senador por meios nada éticos, mas viu seu candidato a governador ser surrado nas urnas e o seu “Duce” ser derrotado por Lula.

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