Wellington Duarte

12/12/2023 08h27

 

A “caça” a Flávio Dino: o fascismo nosso de cada dia

 

O novo circo montado pelos reacionários bolsonaristas-fascistas é a “caça” ao ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), indicado recentemente para o Supremo Tribunal Federal (STF). É uma mistura patética e sombria de canalhice e safadeza. Dino tem sabidamente a qualidade que, por exemplo, Kassio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro, e que foi aprovado por 57 votos contra 10 e uma abstenção. Este ministro, o Kassio, tem mostrado o baixo grau de qualificação e seu indubitável agradecimento ao Meliante, defendendo-o permanentemente.

Outro indicado por Bolsonaro, o “terrivelmente evangélico” André Mendonça, foi menos festejado no Senado, recebendo 47 votos a favor e 32 contrários, um pastor presbiteriano, fundamentalista, que tem sido também um “agradecido” a Bolsonaro e, mais capacitado do que o patético Nunes Marques, usa sua fleugma para defender seus pontos de vista atrasado.

Neste domingo a horda bolsonarista-fascista foi às ruas, em números bem modesto, para fazer seu carnaval, e vários (não muitos) deputados e senadores participaram destas manifestações ridículas. E Brasília, onde 3 mil manifestantes se juntaram para ouvir o gralhar dessas figuras toscas e decadentes, estava, para a nossa vergonha, o senador Rogério Marinho.

Foram 8 os senadores que participaram desse ato circense de péssimo gosto: Magno Malta (PL-ES), Rogério Marinho (PL-RN), Eduardo Girão (Novo-CE), Jorge Seif (PL-ES), Izalci Lucas (PSDB-DF), Márcio Bittar (UB-AC), Marco do Val (Podemos-ES) e Jaime Bagattoli (PL-RO).

Marinho, que optou pelo caminho sombrio do bolsonarismo-fascista, talvez agradecido por Bolsonaro tê-lo retirado do ostracismo e lhe dado uma máquina estatal, a CODEVASF, para ele poder fazer suas peraltices e literalmente cooptado dezenas de prefeitos do RN, configurando, pela primeira vez um ministro que atuou basicamente no seu estado de origem, e cujo “pagamento” foi sua eleição ao Senado. Pode ser mera especulação, mas que tem sido consequente esse posicionamento de Marinho, tem sido sim.

Marinho é a figura mais vista no cenário bolsonarista-fascista, mas não é a única. Na Câmara de Deputados ele tem a companhia de Eliéser Girão, alcunhado eleitoralmente de “general Girão”, um parlamentar que emula o ódio e ignorância nas suas falas; e Evandro Gonçalves, o “sargento Gonçalves”, oriundo da PM que se diz “policial militar, cristão e conservador”. No Senado Marinho tem a companha de outro reacionário, Styvenson Valentim, também vindo das fileiras da Polícia Militar, mas que, nesse momento, tenta construir seu próprio caminho e se afastou dessa turba.

Eu não vou listas os deputados estaduais e os vereadores das 3 maiores cidades do RN (Natal, Mossoró e Parnamirim), no primeiro caso há uma mescla de oportunismo e reacionarismo e no caso das câmaras municipais, prevalece os interesses dos grupos de interesse e do “partido do governo”, ou seja, há uma prática na política local de que o prefeito tem as chaves do poder (dinheiro? Cargos?) e, por conseguinte, fica mais fácil a compra de votos nas câmaras municipais.

O bolsonarismo-fascista vindo dos esgotos da civilização, foi abraçado por vastos segmentos da população, cansadas de governos que não apontavam soluções para os mais pobres, daí o voto antissistema; por camadas que viam seus interesses e demandas não serem plenamente atendidos, no caso de segmentos da classe média; e pelo neo-pentecostalismo fundamentalista, cujos líderes, os pastores, se tornaram porta-vozes dos discursos mais bestiais contra os direitos das minorias.

E o tradicional bloco de políticos oportunistas, sempre ao lado dos governos, ou chafurdando contra ele, viram nessa horda, uma catapulta formidável para o atingimento dos seus próprios interesses, sem dar muita bola para os efeitos deletérios de sua opção, para a própria política, afinal muitos deles foram simplesmente “engolidos” pelo bolsonarismo-fascista. Os mais “espertos” sobreviveram.

Esses novos atores políticos e os velhos atores cooptados formam, agora, uma massa disforme, e perigosa, que ameaça os preceitos da civilização e flerta com o fascismo do século XXI, que, em muitos casos tem fortes pitadas nazistas.

*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR.

 


*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).