Wellington Duarte

08/07/2017 16h21

A Esquerda no RN é um misto do "Rato que Ruge", uma grande comédia (1959) que muitos militantes da nossa Esquerda deveriam assistir. A Esquerda local é uma espécie de Fenwick que, no nosso caso, acredita estar numa posição de protagonismo que poderia, quem sabe, causar inveja ao próprio Lenin, às vésperas de entrar no Smolny.

Com uma base social esfacelada por uma construção histórica que jogou o RN numa situação econômica deplorável e não por culpa de Robinson Faria, a mais recente esperança falida dos progressistas, agora candidato a Judas, como se ele fosse oriundo desse Esquerda provinciana, a Esquerda local se ouriça mais com retórica do que com propostas, talvez uma tarefa árdua demais para quem nunca se debruçou sobre os reais problemas do RN.

Quando rugimos foi devido ao fato de que tínhamos o PODER em Brasilia e isso foi suficiente para derrotarmos a Santa Aliança Conservadora, chefiada por que hoje está atrás das grades e por um partido que mais parece uma organização mafiosa, envergonhando (ou não) aqueles que se rastejaram e rastejam pelas migalhas do poder, distribuídas eleitoralmente em doses módicas.

Afora esse instante em que o rato rugiu, que tamanho e força a Esquerda teve para ser protagonista principal da luta pelo poder no RN. Afora os três dias do Governo Popular Revolucionário de Praxedes e outros, que momento nos chegamos efetivamente a ser protagonistas.

A própria eleição da guerreira Fátima Bezerra, a Leoa da Democracia no RN, deu-se num ambiente favorável e de intensa participação dos chefetes locais, sequiosos pelas verbas da União, quebrando a espinha dorsal dos "sistemas" locais que se mantém dentro do setor público como carrapatos.

Mas tudo isso passou e o cenário agora é de RESISTÊNCIA a um Golpe em pleno andamento, que buscará construir um cenário controlado para 2018 e aqui no RN não será diferente. Achar que o momento pode fazer com a Esquerda se torne protagonista nas paragens potiguares e voltar a ser achar o Rato que Ruge, bater no peito e depois sair das possíveis eleições com o rabo entre as pernas e amargando novas e tradicionais derrotas.

Construir uma "aliança de Esquerda" é tão insano quanto achar que será a Esquerda a grande redentora da luta pela democracia. É não saber ler a realidade e ficar preso a ufanismos e discursos ocos, próprios da extrema-esquerda, essa sim admiradora do gueto e que se alimenta do próprio sangue.

Se as forças de Esquerda do RN forem MINIMANTE inteligentes vão parar de "se achar" ou de se verem como protagonistas de sí mesmas, sentar, avaliar o cenário REAL e TRABALHAR para formar uma GRANDE ALIANÇA de centro-esquerda com nomes que atraiam TODOS os segmentos da sociedade potiguar para um projeto de CONSTRUÇÃO de um RN mais justo, porque esse em que vivemos faliu.


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