Tiago Rebolo

16/05/2014 16h06

A onda de manifestações que tomou conta do Brasil completará 1 ano próximo mês. E junho tem tudo para ser um dos meses mais efervescentes da nossa história recente. A estratégia do ex-presidente Lula de trazer a Copa do Mundo para “casa” e promover uma euforia geral no país já demonstrou ter sido um mau negócio. As pessoas estão pintando o rosto de verde e amarelo por outro motivo: ir às ruas protestar contra quase tudo.

Enquanto o governo insiste em acreditar que faremos a “copa das copas”, os movimentos sociais prometem que “na Copa vai ter luta”. Os diversos protestos que tivemos nas principais cidades do país ontem – São Paulo, Rio e Brasília – deram uma mostra do que vem por aí, na verdade.

Os ventos que desenham as lindas dunas de Natal, que serviram de inspiração ao estádio potiguar para o mundial de futebol, são os mesmos que levaram embora a popularidade de Dilma. E, além de tudo, 2014 ainda nos reserva um vale-tudo entre os que almejam ocupar os governos estaduais e a Presidência da República a partir de 1º de janeiro.

O PT já rechaçou, ao menos em teoria, qualquer possibilidade de candidatura do ex-presidente Lula. Vamos ver se na prática Dilma Rousseff será a “escalada” para a briga.

Do lado direito da conversa (não necessariamente o correto), o tucano Aécio Neves conversa no pé do ouvido de José Serra e tenta convencer o ex-governador de São Paulo, que se “preparou a vida inteira para ser presidente”, a se contentar com a candidatura de vice.

Procurando um rumo, Eduardo Campos procura agradar a gregos e troianos e vai tentar convencer o Brasil de que sua gestão em Pernambuco deve ser exemplo para o resto do país.

Os três estão na corda bamba; cada um segura como pode. Vamos ver qual não vai arrebentar.

Em tese, as eleições deveriam ser discutidas após o apito final no Maracanã em 13 julho, mas a Copa das Copas parece ofuscada por outro fenômeno – o palanque dos palanques já parece estar montado. “Vem pra rua” ver.


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