Tempo médio de preparo: o que for preciso, até derrubar a presidente

Serve quantas pessoas: a oposição inteira

 

Ingredientes:

- 1 eleição acirrada, decidida aos 45 do segundo tempo;

- 1 presidente inábil em diversos aspectos;

- 1 adversário mais inábil ainda;

- 1 oposição desmedida, disposta a enfiar a faca no pescoço da presidente;

- ½ dúzia de delatores escandalizando a Petrobras;

- 1 porção de jornais, revistas e emissoras de TV mostrando (e favorecendo) apenas um lado da história;

- Xícaras de pessimismo;

- Pitadas de ódio e intolerância;

- 1 Congresso conservador;

- 1 punhado de aliados muy amigos;

- 1 economia desalinhada, com um PIB magro, sem gordura;

- 1 porção de ajustes fiscais salgados;

- Coxinhas a gosto.

 

Modo de preparo:

Pegue a eleição acirrada e transforme isso em uma ferramenta para “dividir” o país. Mantenha em banho-maria, mas relembre os 51 a 49 por cento sempre que for preciso. Bata na presidente até ficar clara sua inabilidade para conversar e administrar a popularidade. Coloque o adversário diariamente nos jornais, revistas e programas de TV comentando até partida de futebol, de modo que sua imagem não seja esquecida pelo eleitorado e para demonstrar o quanto a oposição é atuante. Use estratégias de comunicação para colocá-lo sempre em condição favorável, em detrimento da versão governamental para os fatos. Pegue o escândalo da Petrobras e use ao seu favor, mesmo que você também esteja enrolado no caso, e a mídia só mostre o “lado que interessa”. Criminalize o PT inteiro por isso. Enquanto isso, a oposição sobe à tribuna do Congresso para descer o sarrafo. Nutra em parcela significativa da população um sentimento de aversão ao PT e à presidente. Acrescente ódio e intolerância. Aproveite para aprovar pautas retrógradas no Congresso – tudo com apoio de aliados do próprio governo, vulgo o PMDB de Cunha e Cia, que jogam a presidente e o governo contra a parede na tentativa de construir um projeto para sei-lá-o-quê. Misture os ajustes fiscais a uma economia escambichada. Não se esqueça de adicionar colheres de pessimismo. Acrescente coxinhas a gosto. A massa está quase pronta. Aproveite que a presidente e o governo não reagem e leve tudo rapidamente ao fogo. Não deixe esfriar. Se o gosto não ficar satisfatório, acrescente mais ingredientes e espere o governo cair.

 

Como vingança é um prato que se come frio, sirva-o desta forma para a oposição.