Trabalho e Renda

Plebiscito Popular 2025 é lançado como ferramenta de mudança para trabalhadores e mira fim da escala 6x1

26/06/2025 01h10

Por: Hiago Luis

Plebiscito Popular 2025 é lançado como ferramenta de mudança para trabalhadores e mira fim da escala 6x1

Foto: Divulgação
 
Começou oficialmente a mobilização nacional pelo Plebiscito Popular 2025 – Por um Brasil Mais Justo, uma consulta pública promovida por centrais sindicais, movimentos sociais, entidades estudantis, religiosas, artistas e partidos progressistas. A iniciativa pretende ouvir a população brasileira sobre três pautas centrais: a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário, o fim da escala 6x1 e uma reforma tributária que isente quem ganha até R$ 5 mil mensais e taxe super-ricos com renda acima de R$ 50 mil.
 
O lançamento oficial do plebiscito foi marcado por atos em diversas capitais, como São Paulo, João Pessoa, Belém e Porto Alegre, e terá sua fase de votação entre os dias 14 e 21 de setembro. O voto será voluntário, gratuito e aberto a toda a população, com urnas físicas em sindicatos, praças e terminais de transporte, além de um portal oficial (www.plebiscitopopular.org.br) para votação digital.
 
O que é a escala 6x1 e por que ela é alvo do plebiscito?
 
A escala 6x1 — seis dias de trabalho para apenas um de descanso — é comum em diversas categorias do mercado de trabalho brasileiro. Para os organizadores do plebiscito, trata-se de uma prática exaustiva que prejudica a saúde física e mental dos trabalhadores, além de comprometer sua convivência familiar e direito ao lazer.
 
Foto: Bruno Santos/MST
 
A proposta que consta na cédula do plebiscito é o fim dessa escala e a adoção de uma jornada semanal de 36 horas distribuídas em quatro dias, com três dias de descanso. O modelo é defendido por movimentos sindicais como mais justo, humano e eficiente.
 
A ideia ganhou força após a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8/25, de autoria da deputada Erika Hilton (Psol-SP), ser protocolada na Câmara dos Deputados. A PEC propõe formalmente a alteração constitucional da jornada de trabalho. Segundo Hilton, "Queremos saber se a Câmara vai ter interesse político e responsabilidade com a vida dos trabalhadores brasileiros".
 
 
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), declarou apoio à proposta e prometeu trabalhar pela sua aprovação. Para ele, o tema é de interesse nacional e deve unir diferentes campos políticos. “Não é uma questão partidária, mas diz respeito à vida dos brasileiros”, afirmou.
 
Mobilização popular como instrumento de pressão
 
Apesar de não ter força de lei, o plebiscito funciona como pressão política direta. Caso milhões de brasileiros participem da consulta e votem "sim", o movimento apresentará os resultados ao presidente Lula, ao Congresso Nacional e ao STF, reforçando a legitimidade social das propostas em tramitação.
 
 
A coordenadora nacional da campanha, Marcella Arbia, explicou que o plebiscito é uma jornada coletiva. “O povo brasileiro precisa voltar a conversar, refletir e decidir sobre o país que quer construir. Este plebiscito é mais do que uma consulta, é um ato de retomada do poder popular”, afirmou.
 

Autor: Hiago Luis