Religião

Polêmica nas Assembleias de Deus: pastor Martin Alves proíbe o “reteté” e gera debate entre fiéis

25/06/2025 13h44

Por: Hiago Luis

Polêmica nas Assembleias de Deus: pastor Martin Alves proíbe o “reteté” e gera debate entre fiéis

Foto: Confé / Reprodução
 
Uma fala do pastor Martin Alves, presidente da Igreja Assembleia de Deus no Rio Grande do Norte, repercutiu nacionalmente após ele proibir a prática do “reteté” durante cultos. A declaração foi feita durante um congresso da igreja na cidade de Assú, no interior potiguar, e reacendeu o debate sobre as formas de manifestação do culto pentecostal no Brasil.
 
Durante a pregação, o líder afirmou que "os crentes devem adorar a Deus somente com ‘glórias e aleluias’”, rejeitando manifestações como pulos, corridas e saltos em culto. Ele também reforçou que esse tipo de prática está “fora da doutrina pentecostal clássica” e não deve fazer parte dos cultos da denominação.
 
O “reteté” é um termo popular no meio evangélico para se referir a manifestações de êxtase espiritual durante cultos pentecostais. Tais manifestações geralmente incluem gritos, corridas, pulos, danças espontâneas e movimentos corporais intensos, geralmente interpretados como resultado de uma “visitação do Espírito Santo”. Embora comum em muitas igrejas pentecostais, o reteté ainda gera divergências entre líderes quanto ao seu papel e limite nos cultos.
 
Para além das reações geradas a partir das redes sociais, a declaração também movimentou os participantes do evento. No vídeo é visível que a fala "divide opiniões".
 
A medida vai na contramão da orientação do pastor José Wellington Bezerra da Costa, presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), que já declarou publicamente: “Nós somos a Igreja do reteté, deixa os crentes pular, deixa correr”.
 
Em meio a repercussão, o pastor da própria igreja anfitriã do congresso em Assú se manifestou, discordando da orientação de Martin Alves e defendendo a liberdade dos fiéis.
 
A Assembleia de Deus no RN, sob a liderança de Martin Alves, já havia proibido anteriormente outras expressões de culto, o que demonstra uma tendência conservadora em sua gestão. A controvérsia permanece acesa e alimenta discussões sobre os limites da tradição, a liberdade espiritual e o papel das lideranças religiosas nas práticas de culto da maior denominação evangélica do Brasil.

Autor: Hiago Luis