Emanuela Sousa

24/07/2022 00h01

 

Quem vai roubar de nós? 
 
 
Nossa essência poderosa, nossos afetos, a doçura, nossos sonhos? O sonho é a senha. 
 
Quem são esses que querem roubar minha essência? Quem são eles que dizem que tenho que disfarçar minhas emoções, e forjar dureza? Tudo à minha volta está tão fugaz, o mundo perdeu o encantamento, e querem nos ensinar a perder também.
 
A carta da estrela do Tarô que caiu para mim, essa semana, diz muito sobre meus sonhos atualmente. Nela o desenho de uma mulher nua num jardim, sob um céu aberto todo estrelado, fala muito sobre estarmos dispostos a não perder nossa inocência, sonhadores, despidos de qualquer desesperança e do desânimo. 
 
Lembrando também que segundo o cristianismo, a Estrela de Belém revelou o nascimento de Jesus e guiou os Reis magos até o local.
 
É essencial enxergar a luz no fim do túnel, quando tudo estiver escuridão, principalmente em tempos sombrios como esses. Seguir em direção aos sonhos, mas com a consciência que durante o trajeto encontraremos obstáculos. O que não pode é deixar de olhar para o céu e ver a estrela lá no alto. 
 
A nossa criança interior se perdeu, nossa essência foi escondida, não podemos deixar tudo nas mãos do mundo. É preciso segurar os sonhos, proteger o pouco doçura que ainda habitam, com urgência. 
 
Escrevendo esse texto, lembrei o tempo todo da frase de Che Guevara: “É preciso endurecer, mas sem perder a doçura”. E enquanto escrevia aqui, descobri meu maior medo atualmente. Morro de medo de perder minha essência. Temo daqui há alguns anos olhar para trás e não me reconhecer naquela moça amável, cheia de esperança que hoje teimo em ser.
 
Temo que roubem o resto de doçura, meu calor humano latente, para dar espaço a uma pessoa armada, cheia de bloqueios, sem vida. (deus me livre). 
 
Olhando essa carta da Estrela, posso dar um leve suspiro de alívio, posso sentir uma tímida luz nascer em meu coração magoado. É como se estivesse caminhando sobre o deserto, sem água e sem pão, mas mirando o céu estrelado. 
 
Ah! Se não fosse minha teimosia, se não fosse minha persistência nos meus sonhos, quem eu seria hoje? O que sobrou de nós, jovens sonhadores? Tão pequenos diante da imensidão, acreditando no invisível. 
 
Sigamos… 

 


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