Recolhi da minha escrivaninha milhares de coisas. Pensei: "acho que está na hora de fazer uma limpeza." Em meia hora lá se foram para o lixo milhares papéis, blocos de anotações já usados, canetas sem tinta e etc...
Era a hora de pôr fim em tantas quinquilharias, que só tomavam espaço.
Estava pensando em como a gente acumula tanto lixo que vem de fora. Quanta coisa que pegamos do mundo externo e trazemos para o nosso íntimo, tais como ofensas, críticas desnecessárias, aquela crítica que o chefe fez no final foi tóxica, aquele sentimento de desesperança, sensação de invalidez...
Assim que finalizado, reconheci como é libertador de vez em quando se fazer uma limpeza. Não só nas coisas físicas, como também nas paredes internas.
Durante o percurso de nossa vida, vamos levando conosco muitas experiências na bagagem, mas será que todas são relevantes?
É hora de parar. Olhar para dentro e verificar se estamos carregando lixos.
A hora de parar é quando a piada se torna uma ofensa
Quando o agradável se torna invasivo,
Quando a gentileza se torna abusiva,
Quando o cômodo agora é um incômodo
Quando o útil se torna banal.
Quando a euforia vira desespero.
Se queremos ter um encontro com a paz é necessário abrir mão de muitas quinquilharias acumuladas, incluindo pessoas que já não fazem mais parte do nosso cotidiano e que por alguma razão, não cabem em nossa vida. Não há razão para ter medo de deixá-las no meio do caminho. Muitas vezes sabemos que precisamos deixar, mas não fazemos. Pelo medo de perder, apego ou de estarmos sendo vistos como egoístas.
Limpeza geral é tudo. E de vez em quando, assim como em nossas estantes e escrivaninhas, nossa vida precisa também precisa de uma renovada.
A vida flui…