Bia Crispim

06/08/2021 00h19
 
#nempenseemmematar
 
Mais uma vez o lilás é a cor do mês. Se em janeiro essa cor é usada para marcar a existência, resistência e permanência de pessoas Trans e Travestis na sociedade, em agosto o lilás está vinculado à campanha de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher chamada de AGOSTO LILÁS – NÃO SE CALE, idealizada e laçada em 2016 pela Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SPPM) do estado de Mato Grosso do Sul, em comemoração aos 10 anos da Lei Maria da Penha.
 
A campanha que promove palestras, cursos de capacitação, rodas de conversa, lives (iniciadas durante a pandemia), também dá suporte a programas de capacitação, empoderamento e empreendedorismo femininos. Além de conseguir a mobilização no estado de Mato Grosso do Sul, ela recebeu desde seu lançamento (e vem recebendo) a adesão de outros estados da federação, entre eles o Rio Grande do Norte, além das atividades encabeçadas por municípios espalhados pelos quatro cantos desse país. 
 
Sabemos que a sociedade em que vivemos é alicerçada em valores sexistas, machistas, patriarcais e misóginos em que a figura feminina é tida como frágil, submissa e inferior. Dessas ideias estruturantes e estruturais da sociedade surgem todas as formas de exploração, abuso, violência e legitimação do extermínio de mulheres. Assim como também sabemos do aumento dos casos desse tipo de crime no Brasil bolsonarista.
 
Segundo uma reportagem em manchete de 15 de junho desse ano, publicada no Correio Braziliense: “Brasil registra um caso de feminicídio a cada 6 horas e meia - Durante o isolamento social imposto pela pandemia de covid-19, em 2020, foram registrados 1.350 casos de feminicídio” Fora o que não se registra!
 
Os dados divulgados pela Rede de Observatórios da Segurança divulga cinco casos por dia  de feminicídio e violência contra mulher. Segundo o site da rede:
200 mulheres foram mortas em SP; estado concentra 40% do casos monitorados pela Rede 
Pernambuco é o segundo estado com mais casos de feminicídio (incluindo Transfeminicídios)
Bahia é o estado com maior número de homicídios de mulheres
Rio de Janeiro é o segundo estado que mais agride mulheres
Rede registrou 74%  mais casos de feminicídios que o governo do Ceará
 
“O novo  estudo da Rede de Observatórios da Segurança revela as dinâmicas dos crimes contra mulheres nos cinco estados da Rede através de 1823 casos monitorados – entre eles, 449 são feminicídios. O boletim A dor e a luta: números do feminicídio  traz dados da Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.
São cinco registros de crimes contra mulheres por dia. Feminicídios e violência contra mulher ocupam o terceiro lugar entre os registros da Rede em 2020. Estão atrás apenas de eventos com armas de fogo e ações policiais – que tradicionalmente ocupam o noticiário policial. Em 58% dos casos de feminicídios e 66% dos casos de agressão, os criminosos eram companheiros da vítima.” 
 
A coluna de hoje além de apresentar o AGOSTO LILÁS e trazer alguns dados sobre violência contra a mulher, também traz um convite aberto a todas as pessoas para se integrarem a essa campanha, assim como a todas as ações de combate às violências domésticas, violências contra a mulher e ações contra o feminicídio aqui no nosso estado. 
 
Neste sábado, 07 de agosto, será realizado o LEVANTE FEMINISTA-RN – NEM PENSE EM ME MATAR!, o qual promoverá o lançamento do mesmo aqui no estado, através das redes sociais do levante abaixo registrados:
(https://www.youtube.com/channel/UCya8Kfzy4wuY0n3lT5X1aMA - Canal do YouTube ou
 https://www.instagram.com/levantefeminista.rn/ - página do Instagram) 
 
Em manifesto lançado nas redes, o LEVANTE FEMINISTA-RN – NEM PENSE EM ME MATAR publica: “Quem  Mata Uma Mulher Mata a Humanidade
 
Nós, mulheres feministas brasileiras, negras, indígenas, pardas, brancas, quilombolas, periféricas, convivendo com deficiências, lésbicas, bissexuais, cis e trans, das cidades, do campo, das águas e das florestas, nós, mulheres mães, parteiras tradicionais, trabalhadoras precarizadas, hiperexploradas e desempregadas, nos levantamos, em um ato de revolta, contra o feminicídio no Brasil e exigimos seu fim. 
 
Estamos em luta contra o assassinato de mulheres que aumenta desde o golpe de 2016. A cultura do ódio às mulheres, a prática do feminicídio criada pelo patriarcado nunca esteve tão ostensiva e extremista. (...)”
 
Unamo-nos contra essa barbárie! Isso tem que ter um basta, já!
#NEMPENSEEMMEMATAR
#NEMPENSEEMNOSMATAR
#QUEMMATAUMAMULHERMATAAHUMANIDADE

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