Judiciário

Filhos e aliados de Bolsonaro reagem com críticas após imposição de tornozeleira eletrônica pelo STF

18/07/2025 12h20

Por: Hiago Luis

Filhos e aliados de Bolsonaro reagem com críticas após imposição de tornozeleira eletrônica pelo STF

Foto: Com imagens de Redes Sociais e Agência Brasil
 
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de impor medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gerou uma onda de reações críticas por parte de seus filhos e aliados. Entre as medidas impostas, estão o uso de tornozeleira eletrônica, o recolhimento domiciliar noturno, a proibição de uso de redes sociais e o impedimento de contato com embaixadores, autoridades estrangeiras e outros investigados — incluindo seus filhos Eduardo e Carlos Bolsonaro.
 
Licenciado e atualmente nos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro reagiu em inglês pelas redes sociais, dizendo que Moraes “redobrou a aposta” após a publicação de uma carta do ex-presidente Donald Trump em apoio a seu pai. Eduardo também confirmou publicamente cada uma das medidas impostas pelo STF.
 
“Alexandre de Moraes redobrou a aposta e depois do vídeo de Bolsonaro para Donald Trump ontem, Moraes ordenou hoje para Jair Bolsonaro: uso de tornozeleira eletrônica; recolhimento domiciliar noturno; proibição de redes sociais e de contato com diplomatas, além de investigados — como eu e meu irmão Carlos”, publicou Eduardo.
 
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por sua vez, classificou a decisão como “humilhação proposital” e acusou o STF de agir com ódio. Ele também questionou a proibição de Bolsonaro se comunicar com os próprios filhos, considerando a medida “covarde” e desnecessária.
 
“Proibir o pai de falar com o próprio filho é o maior símbolo do ódio que tomou conta de Alexandre de Moraes”, escreveu Flávio nas redes sociais.
 
A sede nacional do Partido Liberal, em Brasília — onde já havia sido encontrada a chamada “minuta do golpe” — também foi alvo da operação da Polícia Federal na manhã da última sexta-feira (18). O PL reagiu à ação com repúdio e estranheza. Em nota assinada por Valdemar Costa Neto, o partido defendeu que Bolsonaro sempre colaborou com as autoridades e que não havia justificativa para medidas tão severas.
 
“O PL considera a medida determinada pelo Supremo Tribunal Federal desproporcional”, diz o comunicado oficial.
 
Enquanto isso, a defesa de Bolsonaro afirmou ter recebido com “surpresa e indignação” as medidas impostas. O advogado Celso Vilardi afirmou que pedirá ao STF acesso integral à decisão antes de qualquer manifestação formal (a decisão não foi colocado sob sigilo e pode ser acessada clicando neste link: Clique aqui).
 
Nos bastidores do Judiciário, a decisão de Moraes foi justificada com base em indícios de que Bolsonaro financiou — com pelo menos R$ 2 milhões — articulações nos EUA para pressionar o STF por meio de sanções econômicas e diplomáticas. A denúncia teria sido reforçada por declarações públicas de Eduardo Bolsonaro e pela carta de Trump ao presidente Lula, onde o norte-americano afirma que Bolsonaro é vítima de um “sistema injusto”.
 
Na decisão Moraes afirma que a medida acontece diante do receio de fuga de Bolsonaro, especialmente após sua aproximação pública com aliados do governo Trump e os constantes ataques à Corte brasileira feitos por Eduardo em solo americano. A decisão ainda precisa ser referendada pelo plenário virtual do STF.

Autor: Hiago Luis