Saúde

Automedicação disfarçada de suplementação aumenta os riscos à saúde, alerta especialista

01/07/2025 17h45

Automedicação disfarçada de suplementação aumenta os riscos à saúde, alerta especialista

Foto: Divulgação
 
 
O que começou como uma curiosidade entre praticantes de musculação rapidamente se transformou em tendência nas redes sociais: o uso de determinadas substâncias para melhorar o desempenho físico. Apesar da promessa de maior disposição e ganho de massa muscular, especialistas alertam que essa prática pode representar sérios riscos à saúde, especialmente quando feita sem acompanhamento profissional.
 
A nutricionista Raphaella Martins, da Hapvida, chama atenção para o perigo da automedicação disfarçada de suplementação. “Muitos jovens estão aderindo a substâncias que não foram desenvolvidas para uso esportivo, acreditando que trarão ganho de performance. O problema é que essas substâncias, quando utilizadas de forma indiscriminada, podem provocar efeitos colaterais graves”, afirma ela.
 
Entre os riscos associados ao consumo sem prescrição, estão alterações na pressão arterial, taquicardia, dores de cabeça, tontura, distúrbios digestivos e, em casos mais severos, sobrecarga no fígado e nos rins. A combinação com outros suplementos ou com atividade física intensa pode agravar ainda mais essas reações. “A ideia de que tudo que melhora o rendimento é inofensivo é um mito perigoso. O organismo pode reagir de forma negativa”, reforça a nutricionista.
 
Além disso, muitos desses produtos são vendidos de forma informal ou pela internet, sem qualquer controle de qualidade ou garantia sobre sua composição real. Substâncias de origem duvidosa podem conter ingredientes adulterados ou em concentrações inadequadas, o que eleva significativamente o risco de intoxicação. “Sem regulação e sem orientação, o que parece uma ajuda para o treino pode, na verdade, ser um gatilho para problemas crônicos”, alerta Raphaella.
 
Outro ponto de preocupação é a normalização do consumo dessas substâncias em ambientes de academia, muitas vezes incentivado por influenciadores digitais ou colegas. “O que vemos é uma glamorização do uso, sem que haja responsabilidade. E o pior: sem que as pessoas saibam que estão, muitas vezes, usando um produto com indicação clínica totalmente diferente do objetivo pretendido”, pontua.
 
A especialista reforça que a suplementação segura deve ser orientada por profissionais habilitados, como nutricionistas e médicos. “A saúde e o bom desempenho físico caminham juntos quando há equilíbrio, orientação técnica e responsabilidade”, destaca a nutricionista.
 
Por fim, Raphaella orienta que, antes de seguir qualquer tendência, é fundamental buscar informações com quem realmente entende do assunto: “Cada organismo é único. O que funciona para uma pessoa pode ser prejudicial para outra. Por isso, acompanhamento profissional é essencial”.