Wellington Duarte

Professor, economista, Cientista Politica, comunista, headbanger, flamenguista, americano e apreciador de Jack Daniels

Um país injusto que precisa ser mudado

09/07/2025 10h14

Um Brasil injusto. Isso diz muito. E não adianta se buscar desculpas para esse estado de coisas. Vejamos apenas 4 exemplos do quanto é injusto esse país.

1 – Os supersalários do nosso querido Judiciário, cresceram 50% apenas em 2024, que somaram R$ 10 bilhões nesse mesmo ano, sendo que alguns desses “deuses”, chegaram a embolsar mais de R$ 1 milhão por mês. E nada disso é ilegal. O Olimpo concede a esses cansados “deuses”, 60 dias de férias remuneradas a cada ano, e quando são pegos em algum tipo de ilegalidade, são simplesmente aposentados, levando consigo seus salários.

2 – Nosso bravo Legislativo é um dos mais “estranhos” do mundo. Funciona como uma repartição pública, com expedientes dos parlamentares. Estranho? A cada ano os cidadãos entregam R$ 15 bilhões para sustentar deputados e senadores e o custo anual de cada deputado é de mais de R$ 1 milhão por mês e desde 2015, através de uma manobra parlamentar, abocanham mais de R$ 50 bilhões por ano do Orçamento da União, e gastam a revel.

3 – O 1% mais rico, a nossa elite, se beneficiam de benefícios fiscais e isenções somam R$ 500 bilhões por ano, que alegram suas posses, as empresas. Os bancos, grandes mestres que fazem a “magia” de criar dinheiro com dinheiro (dos outros), pagam 14% de imposto de renda, enquanto o trabalhador de classe média, que adoram essa elite, pagam, em média, 27,5%.

4 – E o “agro pop”, aquele que vive anunciando que sem eles o Brasil morreria de fome? Cerca de 1% dos mais ricos no campo, detém mais de 50% do total das terras desse país, e querem mais e recebem, do governo, mais de R$ 500 bilhões/ano, através do Plano Safra. Não pagam impostos sobre suas importações, e devem mais de R$ 200 bilhões o Estado, aquele que eles mais odeiam. E viva o liberalismo de proveta!

E isso dito acima, é apenas uma parte do problema. Não é de se espantar, embora muitos se espantem, que o 1% mais rico, detenham o dobro da riqueza dos outros 99%. Num país em que o grande Capital coloca o pequeno e o médio Capital no seu bolso, vivemos uma distopia sombria.

Da miséria nasceu o bolsonarismo-fascista, abraçado com amor e carinho por boa parte dos nossos representantes, acarinhado pela grande mídia e consentido silenciosamente por milhões de praticantes de seitas religiosas de extrema-direita. O rico, o Capital, se refestela com a existência da pobreza.

Um país injusto porque nascemos com uma estrutura social injusta e mantida ao longo dos séculos e que se alimenta exatamente do que produz: a pobreza. Sim, a pobreza, essa palavra tão cuidadosamente escondida. Pouco se fala de “pobre” e foi “vestido” de “pessoas menos favorecidas”, o que é uma incongruência pois se são “menos favorecidas” pressupõe que, de alguma forma ou em algum momento, são favorecidas.

O “menos favorecido” assumiu muitas roupagens. Esconde a miséria a que é submetido o trabalhador de menor renda, numa jornada, quando há, extenuante e embrutecedora, condenando-o à desinformação e tornando-o presa fácil dos milagreiros de plantão.

A brutal dominação ideológica, feita de maneira muito sofisticada, afasta o trabalhador do que seria sua saída: a luta coletiva. O trabalhador médio, condenado a sobreviver para não se tornar pobre, ou menos ainda miserável, deambula no dia a dia, perdido entre uma guerra de informação. Ele se torna um sujeito passivo ou pior, se transforma num reacionário e apoia a destruição de seus direitos. Estranho mundo esse.

Nesse ambiente é necessário que aqueles que resistem, continuem lutando. E lutar, nesse caso, passa por campanhas de informação de massa, denunciando essa elite bisonha. E denunciar significa mostrar os privilégios desse povo, mas também apresentar soluções imediatas para, no mínimo, estancar essa sangria secular.

Que comecem os jogos!

 

 

 


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