Professor, economista, Cientista Politica, comunista, headbanger, flamenguista, americano e apreciador de Jack Daniels
A elite rastaquera que vive e sobrevive do Setor Público norte-rio-grandense nunca, eu disse nunca, se debruçou, de fato, sobre os entraves do desenvolvimento potiguar, até porque o status quo do RN, de permanente pobreza, é necessário para que seus currais continuem pleno e operante. Pode parecer polêmico o que digo, mas basta olhar um pouco a história desse estado e veremos o quanto isso é claro e cristalino, embora, também historicamente, produziu uma história cheio de “pessoas de bem”, “honestas”, “pensando no Rio Grande do Norte” e cheio de amor no coração.
Não vou recuar para os primeiros momentos da nossa história, embora as bases dos subdesenvolvimento potiguar não foram erguidas de uma hora para outra, e suas raízes são tão profundas que os ecos do passado ainda podem ser ouvidos em todos os rincões do RN, embora ressaltando os esforços quase quixotesco do governo Fátima, em mudar a abordagem do entendimento das necessidades de que precisa o Rio Grande do Norte para, enfim, crescer e distribuir riqueza entre aqueles que, de fato, PRODUZEM riqueza : os trabalhadores e trabalhadoras.
É necessário destacar que, nos últimos 45 anos, e faço esse recorte a partir do momento em que o petróleo entra como atividade econômica, as políticas econômicas feitas pelos governantes são feitas tendo como premissa básica a nossa articulação à economia nacional e essa foi feita, principalmente a partir do início do século XX, de forma tal que nosso economia foi organizada mantendo uma hierarquia verticalizada, ou seja, um produto ficou como “carro-chefe” e os esforços dos governos era para garantir a comercialização deste e, consequentemente, beneficiou os setores produtores desse “bem escolhido”, com consequências para os trabalhadores e trabalhadoras que chegam até os nossos dias, bastando ver que a renda média real habitual do trabalho principal das pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas em trabalhos formais, é de R$ 2,8 mil, ou seja, 1,9 salários-mínimos.
Nossos “digníssimos” representantes, da base ao topo, reproduzem esse status quo, dado que desde o “voto a bico de pena”, da república das oligarquias, passando pela “brejeira” dos anos 40 e 50, ergueu um sistema de poder muito poderoso. A Ditadura (1964-85) consolidou essa estrutura de poder e a democracia capenga nem arranhou esse monopólio do poder. Alguns, com mais boa vontade, pode elencar momentos em que a elite, ao disputar o poder, permitiu algum sopro de democracia na taba. Respeitosamente discordo e só olhar as composições das Câmaras Municipais, a Assembleia Legislativa, Câmara de Deputados e Senado (Legislativo); os prefeitos e governadores (Executivo); e até mesmo o Judiciário, e veremos muito claramente como o grupo dominante se coloca e domina o poder.
E não, não esqueci os meios de comunicação, esmagadoramente controlados por grupos ligados ao poder vigente e/ou, subsidiados (econômica e politicamente), e são importantes dado que são esses meios que reproduzem o pensamento dessa elite rastaquera e, por conseguinte, assegura seu domínio sobre corações e mentes.
A saída para o Rio Grande do Norte passa necessariamente pela coragem de se colocar o tema do desenvolvimento, e não apenas crescimento, da nossa economia, mas, ao mesmo tempo, entender e compreender o quanto a base material, plantada secularmente, é responsável pelas dificuldades em se tentar fugir dessa lógica econômica, que é a de manter um estado pobre e dependente.
Se, um dia, isso acontecer, quem sabe.....
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