Professor, economista, Cientista Politica, comunista, headbanger, flamenguista, americano e apreciador de Jack Daniels
Desde há muito tempo venho escutando essa balela de “conciliação de classes”, como um pressuposto da “pacificação social”, tão sonhada por Adam Smith, o cara que “inventou” a Ciência Econômica, e que David Ricardo já condenara ao idealismo. Mas ficou a vontade de termos uma sociedade profundamente desigual em que “os de cima” sempre pretendeu, e em parte conseguiram, que “os de baixo” não apenas aceitem ser dominados, mas venham a defender os dominadores, conforme salientou Antônio Gramsci.
E o processo eleitoral, feito no sistema capitalista, é, em grande medida, um dos elementos mais formidáveis inventados pelo Capitalismo. Antes que algum incauto venha dizer que eleições são próprias da democracia, convido a buscar nos alfarrábios que tipo de eleição foi plenamente democrática, com igualdade absoluta de competição entre os partidos, nos regimes capitalistas desde a segunda guerra mundial.
E, voltando à “conciliação de classes”, se tornou paradigmático, principalmente entre os vários segmentos da esquerda e o seu maior expoente, Lula, é um dos principais defensores dessa tese. O interessante é que desde 1989, o ódio das elites por Lula nunca arrefeceu e, pelo contrário, essa mesma elite soltou foguetório quando ele foi preso e recentemente esteve presente alimentando os zumbis que deambulavam nas portas dos quarteis, forjando a tentativa de Golpe, que ocorreu em 8 de janeiro de 2023.
E agora, quando 262 deputados meteram o chamegão, endossando um projeto que eles mesmos chamam de “anistia” que pede celeridade na sua apreciação, o que significa que essa bizarrice precede os mais de DOIS PROJETOS que estão na pauta da Câmara de Deputados, ou seja, para esses deputados, proteger o Boca Podre da prisão do que pensar no país.
Para se ter ideia da calhordice desses deputados e deputados, o movimento nacional dos aposentados, tem feito uma verdadeira romaria nos gabinetes da Câmara desde o ano passado, para tentar acabar, de forma gradual, a contribuição previdenciária destes e dos pensionistas, e conseguiram, quase que por milagre, 245 assinaturas. Para quem está vivenciando essa luta, chega a ser vergonhoso o comportamento dos parlamentares nas suas “escolhas”.
No caso do Rio Grande do Norte, que nunca foi conhecido por eleger bancadas federais e senatoriais progressistas, temos nessa legislatura um punhado de bolsonaristas-fascistas e de oportunistas, que se colocaram no lado sombrio da história, acoloiando-se com o Boca Podre. De uma bancada, nada progressista, de oito deputados federais, QUATRO assinaram o inconstitucional documento de “anistia”. E eles precisam ser visibilizados, para que os eleitores lembrem dessas figuras soturnas nas próximas eleições.
O paraibano Evandro Gonçalves da Silva Junior (PL), cuja alcunha eleitoral é “Sargento Gonçalves”, que adotou o radicalismo neofascista como discurso, foi eleito com 56.315 votos. Este parlamentar foi aquele que se deu ao desplante de ficar congelando numa fila para poder ver a posse de Trump.
O lajense Benes Leocádio, que poderia ser considerado um “político tradicional”, embarcou de mala e cuia no bolsonarismo-fascista, é do União Brasil e foi ELEITO com 100.693 votos, o terceiro mais votado da taba. A paraense Carla Dickson, cujo nome é, na verdade, Hilkéa Carla de Souza Medeiros Lima, também do União Brasil, se guia pelo reacionarismo cristão, cujo representante é o deputado estadual Albert Dickson, seu companheiro, que durante a pandemia fazia postagens negacionistas, e que foi agraciada com a cadeira de deputada federal, já que ficou na suplência, com 43.191 votos, entrou na Câmara em 1° de janeiro de 2025, com a eleição do titular, Paulinho Freire, como prefeito de Natal. E finalmente o mais grotesco de todos, o cearense Eliéser Girão Monteiro Filho, o “General Girão” (PL), que foi agraciado com 76.698 votos, é um dos representantes das catacumbas de 64 e, por ideologia sinistra, é um dos mais ardorosos defensores do Boca Podre.
Essas quatro figuras receberam, dos eleitores potiguares, 276.897 votos, que representam 14,8% dos votos válidos dados ao conjunto dos deputados federais que se candidataram. É realmente grotesca a política da taba.
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