Andrea Nogueira

11/01/2020 00h30
 
Novo Homem
 
No ano 2016 a Organização das Nações Unidas, através do Portal “Papo de Homem”, mostrou o resultado de um estudo cujo objetivo foi saber mais sobre como as pessoas se sentem em relação ao machismo, de forma a encontrar caminhos rumo a uma sociedade mais igualitária e com mais diálogo entre os gêneros.
 
Segundo a ONU Mulheres, os homens consultados disseram ser difícil lidar com a figura de “herói durão” e do ideal da virilidade dominante na sociedade. Segundo a pesquisa, 56,5% dos homens entrevistados disseram que gostariam de ter uma relação mais próxima com os amigos, enquanto 54% disseram que gostariam de ter mais liberdade para explorar hobbies pouco usuais, sem serem julgados. 66,5% deles disseram não conversar com os amigos sobre medos e sentimentos. Outros 45% disseram que não gostam de se sentir responsáveis pelo sustento financeiro da casa e 45,5% disseram que gostariam de se expressar de modo menos duro ou agressivo. A pesquisa, que teve apoio do Grupo Boticário, mostrou ainda que 3% dos homens se consideram bastante machistas.
 
O importante estudo ora mencionado constatou que boa parte dos homens ainda não conseguiam lidar com mudanças de posição na hierarquia social, fazendo com que travassem uma verdadeira batalha para “provar sua masculinidade”. Mas é notório que tanto empenho para provar que as mulheres permanecem hierarquicamente inferiores alimenta o famoso machismo combatido ao longo de dezena de anos.
 
De fato, uma nova mulher existe e carece de um novo homem para alcançarmos uma sociedade igualitária.
 
Muitos são os desafios tanto para as mulheres quanto para os homens. Todos sofrem e gozam com as mudanças. É preciso equilibrar as dores e as alegrias, pois a rota rumo à igualdade de direitos e oportunidades não será mais fechada. Estamos num caminho sem volta, por isso é melhor preparar o mundo, os lares, as escolas, todos os ambientes e pessoas para receber, administrar e viver novas realidades. A diversidade existe, necessário haver disposição para conviver com ela. Enquanto isso, cresce o número de mulheres felizes sozinhas. Sozinhas, não solitárias. Mulheres que se acostumaram com sua própria companhia, aumentando o amor próprio e o desejo de ser sempre livre de amarras. Mulheres que só se relacionarão novamente quando encontrarem homens igualmente evoluídos e desejosos de dividir o pódio do lar e das decisões familiares.
A verdadeira masculinidade mostra-se cada vez mais pareada à verdadeira feminilidade.
 
O homem que deseja provar sua masculinidade o faz através da compreensão de um novo mundo. Novos homens compreendem as novas mulheres e ainda desejam uma dessas para si. Desejam e estimulam suas filhas, irmãs e amigas a experimentarem o sabor da liberdade de decisão e de vida. Novos homens formam novas mulheres, mesmo sabendo que elas já provocariam as mudanças sem o seu consentimento. 

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