Evandro Borges

28/05/2018 09h06
A política de reajuste de preços de combustíveis a mercê do mercado internacional e da variação especulativa do dólar, para o Brasil é completamente equivocada, principalmente em face da matriz  rodoviária incentivada desde os anos cinquentas do século passado, com o fim de fomentar a industrialização do país, gerar empregos formais, alavancar processos de desenvolvimento.
 
Esta política de preços de combustíveis, deixando a sorte pela “variação do mercado”, extremamente neoliberal demonstra a necessidade da intervenção do Estado, alias como toda crise histórica revela a imperiosa regulação do Estado, pois o Brasil não pode suportar uma política deste tipo, em face da forte dependência em relação ao transporte rodoviário, para o abastecimento do intenso mercado interno.
 
O movimento dos motoristas rodoviários precisa se reconhecer como legítimo, até de sobrevivência do setor, que exige um trabalho extenuante, dedicado, disciplinado e cheio de percalços, desde estradas em péssimas condições, pedágios, manutenção dos veículos com preços na altura, falta de segurança, seguros exorbitantes, prazos a serem cumpridos, ou seja, uma série de obstáculos que devem ser vencidos cotidianamente.
 
O apoio da população é espontâneo, em face de uma conjuntura que motiva à solidariedade a mobilização e contra um governo ilegítimo e comprometido com um capitalismo selvagem que quer arrancar todos os direitos da população, sugando o máximo da riqueza nacional, mesmo atingindo a dignidade humana. Para a mobilização a cidadania vem contando com a comunicação através das redes sociais da internet de fácil acesso, mesmo contra a desinformação que alguns noticiosos promovem.
 
A mobilização deve ser apoiada, sempre dentro da legalidade, além do reconhecimento de interesses públicos em detrimento de interesses corporativos, que a categoria dos motoristas vem dando tratamento, como são os exemplos com o  transporte de combustíveis, de medicamentos e gêneros alimentícios de primeira necessidade, sendo o diálogo o condão que deve perpassar em todo o movimento.
 
Agora, não se pode aceitar o “locaute”  e o aproveitamento de empresários inescrupulosos para aumentar preços se valendo da situação, devendo ser aberto inquéritos e processos para responsabilizar os maus brasileiros, e repudiar o aproveitamento da situação para o chamamento de posições autoritárias, de saudosos da ditadura que não sabem conviver com a democracia e com a pluralidade.
 
A saída é pela democracia, com mobilizações de ruas, de muita capacidade para negociação, de tomada de posição, dentro da legalidade, utilizando os mecanismos de direito, e exigir uma mudança de rota para a política de preços de combustíveis que seja boa para os caminhoneiros e para a sociedade brasileira, até de retirada de tributos para os preços de óleo diesel, e vamos às eleições diretas e livres de outubro próximo.
 

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