Evandro Borges

Advogado e especialista em gestão pública.

16/02/2024 07h12

 

Os terroristas e golpistas de 8 de janeiro

 

No espaço dedicado à minha coluna no Portal do Potiguar Notícias já externei minha opinião sobre os fatos de 8 de janeiro perpetrados pelos bolsonaristas e neoliberais exacerbados e extremistas, que durante os quatros anos de governo anterior, quase quebra o Estado brasileiro em nome do “Estado mínimo”, e paralisa a economia, cometendo todo tipo de populismo eleitoral às custas do erário público para tentar se manter no poder a qualquer custo, “mesmo ferindo de morte” a democracia e o episódio denominado de “ABIN paralela” está me motivando a escrever novamente, pois a cada investigação revelada se confirma a tentativa de golpe.

As liberdades democráticas e o Estado Democrático de Direito em construção, com todos os percalços consiste em uma obra de várias gerações, tendo como marco a promulgação da Constituição de 1988, conduzida pela Assembleia Constituinte de 87/88 que não foi originária, embora, legitimada pela população e pela participação ativa, que na época estava à frente Ulisses Guimarães, um timoneiro que resistiu a ditadura implantada em 1964, que tanto mal fez ao país.

Durante os quatros anos recentes e passados o Presidente da República fez de forma planejada a tentativa de desestabilizar o Estado, enfrentando o Parlamento e o Judiciário, tentando enfraquecê-los perante a opinião pública, usando e abusando dos meios sociais da internet, utilizando o “gabinete do ódio”, comandado pelo Vereador e filho do Presidente, Carlos Bolsonaro denunciado muitas vezes, e agora plenamente constatado com o episódio que se passou a se denominar da “ABIN paralela”,  o verdadeiro mostrengo vigiando Ministros, autoridades e personalidades na completa ilegalidade, dentro do Palácio Planalto financiados com recursos públicos, uma verdadeira improbidade, estelionato e atos de terrorismo na prática.

Os atos de 8 de janeiro foram os mais estapafúrdios, violentos contra os poderes públicos, nefastos contra a História do país, em face do vandalismo e prejuízos contra o patrimônio da União, próprio do terrorismo, como tentativa de criar o tumulto e uma cortina de fumaça sombria para favorecer um Estado de Sítio, e solapar o resultado livre das eleições presidências, reconhecida seus resultados pelas nações e até pelas Forças Armadas brasileiras, que não tem esta atribuição constitucional.

A tentativa de desmoralizar as urnas eletrônicas e a Justiça Eleitoral constituiu uma propaganda sistematizada, que muitos embarcaram na cantilena bolsonarista. O ataque a educação brasileira e as universidades, a ciência, a pluralidade das origens direcionados, principalmente contra os povos originários e a cultural, tentando passar um panorama que estava “salvando o Brasil”, utilizando inclusive as Igrejas evangélicas, e principalmente as pentecostais. Além de tentar criminalizar os movimentos sociais e sindicais, com a finalidade de barrar quaisquer resistências as reformas que desrespeitavam a dignidade humana, preceito constitucional brasileiro, foi uma constante durante os quatro anos.

Realizou até uma extravagante reunião com os Embaixadores em Brasília, mas se deu muito mal. As reuniões com o Ministério que beira a uma verdadeira desmoralização, em face do verdadeiro primarismo e autoritarismo do Chefe da Nação, agora revelado, seria bastante ver o que aconteceu com a nomeação dos Ministros da Educação, ou mesmo do Meio Ambiente que “queria passar uma boiada” liberando todos os tipos de agrotóxicos que fazem mal ao meio ambiente, aos ecossistemas e a vida humana.

O STF no caso dos atos terroristas e golpistas de 8 de janeiro está conduzindo na legalidade e com a correta firmeza, com direito a contraditório, com o devido processo legal, com audiências de custódia, e julgamento justo para os terríveis atos perpetrados contra a Nação brasileira, e devendo se aprofundar, para passar a limpo os verdadeiros financiadores e quem de fato queria conduzir o golpe e romper o Estado Democrático de Direito. A apuração deve verificar todas as instâncias do planejamento do golpe, inclusive quem incentivou os atos em frente aos quarteis querendo envolver as Forças Armadas, e incentivava a crença no golpe enganando os incautos.

A pacificação nacional passa diretamente pela apuração da tentativa do golpe que foi longe demais, com todos prejuízos causados ao país, a punição de quem estava envolvido direta e indiretamente, de quem pretendia se beneficiar com um Estado de força, em detrimento da sociedade brasileira e da cidadania, que tanto fez para a conquista de um país desenvolvido com base nas liberdades democráticas e no Estado Democrático de Direito.

 


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