Saúde
Ética na Ortodontia: o papel da informação para saúde bucal
10/03/2025 21h58
Por: Glacia Marillac
Foto: Rogério Rondon
A formação profissional é um dos pilares fundamentais para a excelência na Ortodontia. A proliferação de cursos de especialização, nem sempre alinhados com padrões de qualidade adequados, levanta preocupações sobre a capacitação dos novos profissionais e a segurança dos pacientes.
A prática clínica baseada em condutas científicas é essencial para garantir tratamentos eficazes e assegurar a credibilidade da profissão, já que a negligência ou imprudência pode resultar em processos judiciais e danos à reputação profissional.
Diante desse contexto, é cada vez mais importante que a população esteja atenta às certificações que asseguram a qualidade desses serviços, como a da Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial (ABOR) que atua na promoção de normas de conduta profissional para orientar os ortodontistas a exercerem a especialidade alinhados ao Código de Ética do Conselho Federal de Odontologia (CFO).
Em depoimento nas redes sociais da Associação, a presidente da ABOR, Carla Derech, afirmou ser essencial que a sociedade tenha acesso a informações confiáveis sobre a Ortodontia e seus impactos na saúde. “Vivemos um momento de desinformação crescente. Queremos estimular a discussão de temas que são relevantes para a sociedade e que tenham base em evidência científica”, afirmou.
A difusão de informações de qualidade na área da saúde é um tema essencial, especialmente em um cenário onde o excesso de conteúdo disponível pode levar a interpretações equivocadas e a práticas prejudiciais.
Gestores públicos, jornalistas e formadores de opinião têm um papel fundamental nesse processo. Ao disseminarem informações baseadas em ciência, contribuem para que a sociedade compreenda a importância de um atendimento ortodôntico qualificado, exercido por profissionais capacitados e alinhados com as diretrizes éticas da especialidade.
O avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) revolucionou a forma como o conhecimento é produzido, armazenado e acessado. Na odontologia, esse cenário impõe desafios e responsabilidades, tanto para estudantes quanto para profissionais já atuantes, exigindo atualização constante e discernimento na busca por cursos qualificados e informações confiáveis, indo muito além da obtenção de um diploma.
Para Ulisses Leopoldo, dentista que completa agora em 2025, cinquenta anos de profissão, a proliferação de faculdades e serviços precisam realmente ser observados com atenção. “Me formei na UFRN, naquela época, era a única faculdade de odontologia do Rio Grande do Norte e considerada a terceira melhor do Brasil. Quando eu fui morar no Rio de Janeiro, tinham três faculdades qualificadas e já havia quase uma dezena que não se equiparavam às outras. É um curso muito caro, precisa ser muito bem fiscalizado, porque a boa formação do odontólogo e de suas especialidades é uma questão de segurança para a saúde da população.” Alertou o experiente profissional que reconhece a importância das certificações para assegurar a qualidade das formações e dos serviços oferecidos, para uma maior eficiência alinhada com as necessidades da população.
Autor: Glacia Marillac