Cefas Carvalho

12/05/2022 08h39

 

Em num mundo paralelo

 

Pesquisas recentes têm mostrado que Lula tem chances reais de vencer no primeiro turno. Paralelamente a este fato, o presidente Jair Bolsonaro, que tenta reeleição e está em segundo lugar nas pesquisas, indica contidamente que não aceitará o resultado das eleições, apontando suspeita nas urnas eletrônicas e insinuando que tentará dar um golpe caso não vença o pleito.

Também paralelamente a isso, Ciro Gomes continua sua campanha sem enxergar a polarização. E sem chegar aos dois dígitos nas pesquisas de intenção de voto. Gravita entre os 7% e 9%. E diariamente agride tanto a Lula – de quem já foi aliado e ministro – e Bolsonaro.

Na verdade, Ciro e seus eleitores parecem viver em um mundo paralelo. Onde a democracia não é ameaçada e as instituições torpedeadas.

Li no Twitter na conta do jornalista Christian Lynch uma síntese do que venho pensando sobre o assunto: “Estou perdendo a paciência com esses ciristas malucos que se comportam como se estivéssemos em 1951. Há no governo um Nero que quer melar a eleição e fica o sujeito falando do candidato que tem "o melhor plano". Francamente, é um negócio que toca o ridículo”, escreveu.

Sou contra ofender pessoas que estão no meu espectro ideológico, mas a indignação com os apoiadores de Cito hoje é compreensível. Parecem, candidato e eleitores, não entender o que está acontecendo e não perceber o risco  - para a democracia - de um segundo mandato de Bolsonaro.

Muita gente espera que Ciro desista da candidatura e facilite uma vitória de Lula – que seria simbólica – no primeiro turno. De Ciro não há muito que esperar. O homem pode tanto fazer isso e compor a Frente Ampla contra o fascismo como viajar para Paris novamente. DO eleitor de Ciro, até podemos esperar bom senso. E amor pela democracia.

 

 


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