Cláudia Fragoso

28/02/2022 14h12

 

VOCÊ SENTE CULPA OU VERGONHA?

    Vivemos numa sociedade que supervaloriza os erros, que humilha, expõe as dificuldades e julga muito. Todos nós já passamos por alguma situação em que nos sentimos frágeis e vulneráveis. Aliás, mostrar-se vulnerável é uma coisa boa? Sempre achei que era uma péssima ideia, até conhecer Brené Brown (autora de “A coragem de ser imperfeito”). Hoje acredito que ser vulnerável e mostrar isso é simplesmente viver com coragem e ousadia. Foi ela que me ensinou que sentir culpa é melhor do que sentir vergonha.

    Sentir culpa, remorso é algo muitas vezes associado a alguém que se sente inferiorizado e por isso achei que a culpa era um péssimo sentimento. Já a vergonha costuma ser associada à timidez e parece algo às vezes “bobo”. No livro citado, que por sinal foi primeiro lugar na lista do  The New York Times, Brené coloca a culpa num lugar de reflexão e de algo que alguém FEZ de errado e que pode mudar. Já a vergonha ocupa outra posição, está mais para algo que uma pessoa É. Vamos a alguns exemplos. Uma criança não estudou para a prova e tirou nota baixa em uma determinada matéria na escola. Dependendo de como os pais lidem com a situação, ela pode sentir culpa ou vergonha. Eles podem chamá-la de burra ou fazer com que se sinta assim ou podem admitir que ela tirou nota baixa por não ter se esforçado, que foi um erro, mas que isso não a transforma em alguém que seja ruim naquela matéria, muito menos burra. É assim que tudo pode mudar! E é exatamente assim que agimos sempre uns com os outros, escolhemos uma dessas vias para nos guiar!

    Talvez você nunca tenha parado para pensar sobre como pode ser determinante a forma como lida com os erros dos outros. Quem sabe até tenha se distanciado ou perdido o vínculo com um amigo?! Pode ser que tenha feito isso por já ter se envergonhado muito com os próprios erros! Talvez tenham feito isso com no passado com você e você segue o mesmo padrão! Mas o que importa de verdade é o que você pode fazer daqui para frente!

    Ser vulnerável é simplesmente viver sem ter medo de mostrar todos os sentimentos, mesmo correndo o risco de alguém rir, de alguém lhe excluir ou lhe ridicularizar! Não importa o que fazem com você! Afinal, quem vai determinar forma como se sente? O que os outros acham ou falam sobre você está muito mais ligado à pessoa que fala do que a você! Não se engane, você também faz isso! Tem um ditado muito famoso que diz: “Quando João fala sobre Maria, sei muito mais de João do que de Maria”.

    Como você escolhe viver? Sentindo a brisa, rindo, dançando, se molhando na chuva, dando gargalhada, arriscando uma receita nova, fazendo brincadeira com os amigos, correndo na rua com as crianças, imitando artistas, cantando no karaokê, dizendo o que pensa, indo fazer uma leitura em voz alta ou simplesmente abafando essas e outras vontades em que você expressa verdadeiramente quem é? A escolha é sua e a vida também!

   


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