Cefas Carvalho
15/07/2021 11h35
Quem semeia fake news e ódio colhe desconfiança e rejeição
Nesta quarta-feira fomos todos surpreendidos com a informação de que o despresidente Jair Bolsonaro deu entrada em um hospital com dores abdominais com possibilidade de ser submetido a uma nova cirurgia, caso necessário, em São Paulo.
Essa foi a manchete inicial em todo os veículos. A partir daí, como tudo que cerca Jair e sua família, uma série de meias verdades, mal entendidos, informações desconexas, tudo muito parecido com o bordão do do Chacrinha: Eu não vim para explicar, eu vim para confundir.
Ainda ontem lemos que Bolsonaro teve 1kg de ‘fezes’ retiradas por médicos. E que Bolsonaro ficará internado mesmo com cirurgia descartada pelos médicos. Mas bolsonaristas divulgaram que o despresidente deve ser operado e ficar de 10 a 15 dias no hospital. Em seguida o filho Flávio disse que o pai estava intubado "preventivamente". Depois os próprios médicos desmentiram essa informação absurda. E o próprio Jair (ou Carluxo?) postou em suas redes foto dele na cama hospitalar fazendo ilações da facada e Adélio com... PSOL e PT, claro, esse não ia desperdiçar a chance de usar essa narrativa.
Em suma, não temos a menos ideia da gravidade do quadro de Jair. É assim que eles querem. Confusão, informações desencontradas. Fazem politica, digamos, com base no caos e no conflito. E usam politicamente a saúde do despresidente.
O jornalista Leonardo Sakamoto escreveu que "Temos que separar as coisas: um fato é a doença de Bolsonaro, outro é o oportunismo que se vale da pouca transparência que o presidente dá à sua saúde (escondendo resultados de testes de covid e idas ao hospital) para tentar virar o jogo".
Esse jogo eterno fez com que muita gente desejasse publicamente a morte dele. Muita gente também não apostaria um centavo nessa doença assim como não acredita na facada até hoje.
Bolsonaro se elegeu com base em fake news e na base das informações desencontradas. Hoje, colhe incredulidade sobre seu estado e rejeição. Nada mais natural. O que dá pena é a política brasileira ter ficado refém deste tipo de jogo e uso político da doença.
E essa internação coincidentemente se deu quando a CPI da Covid avançava sobre o esquema da Covaxin. E quando Lula lidera as pesquisas eleitorais. A vida dos Bolsonaros é sempre cercada de coincidências.
*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).