Cefas Carvalho

30/05/2018 11h12
Postei na manhã de terça nas redes sociais sobre como o Zap pode ser nocivo para o progresso civilizatório do brasileiro médio, que é hater e crédulo por natureza.
 
Depois de um dia de muito, muito trabalho, compromissos familiares e conferir o lançamento do livro da amiga Cellina Muniz, no Bardallos Comida & Arte paro lá pelas 23h no velho Espetinho Eucaliptos tomar minha saideira e relaxar meia hora.
 
O churrasqueiro, Jardel, gente boa a beça, corre para mim: "Você viu que a Polícia matou um caminhoneiro e que eles vão parar o Brasil?".
 
Preocupado e com celular descarregado, mas, gato escaldado quanto às notícias falsas que circulam pela rede, principalmente pelo Whattsapp, perguntei se a informação procedia.
 
Ele me mostra a foto de um homem - o suposto caminhoneiro - morto em um gramado supostamente com uma bala de borracha no pescoço e um áudio de um outro suposto caminhoneiro falando que a categoria iria se vingar e parar o país.
 
Chego em casa e corro para conferir a tragédia. Acesso G1, UOL, Folha, Estadão, nada.
 
Recorro ao Google, ferramenta que felizmente tem no meu computador, na minha Internet e que, deduzo, não funciona nos computadores e celulares e boa parte dos amigos e amigas e pesquiso "caminhoneiro morto greve".
 
Aparece de fato concreto aquela história mal contada que já foi amplamente divulgada e que nem o movimento apresentou versão final (https://www.metrojornal.com.br/…/caminhoneiro-e-assassinado…) 
e apenas um caminhoneiro que sofreu um infarto e foi achado pelos colegas ontem (aqui: https://tnonline.uol.com.br/…/67,466779,29,05,caminhoneiro-…)
 
Jardel e certamente milhares de pessoas dormiram imaginando que um caminhoneiro, trabalhador, pai de família, levou um tiro da polícia e isso vai gerar mais caos a partir de amanhã. Eu dormi pensando onde os trolls de Zap (tanto os mal intencionados com razões políticas como os engraçadinhos que gostam de zoar) vão nos levar.
 
Ao fundo do poço, possivelmente.

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