Cefas Carvalho

28/05/2018 18h56
Em tempos de grevistas pedindo Intervenção Militar e de Temer sendo chamado de Comunista, vemos que o Brasil passa por uma espécie de história coletiva. Um suto esquizofrênico que atinge boa parte das pessoas, parentes e amigos inclusos.
 
Só isso para explicar a incapacidade de se separar as coisas, as pautas, as lutas, os ódios. E a vontade de palavras de ordem, de uma redenção impossível e utópica.
 
Digo isso porque parei hoje a tarde, entre 14h30 e 15h30 na paralisação de motoristas de Uber fechando uma das vias da Av. Bernardo Vieira, em frente ao Midway.
 
Os líderes do movimento, ao microfone, claro, espicaçavam Temer e Pedro Parente. E depois "todos os políticos ladrões". Aó sobrou para Robinson. Depois coro contra Carlos Eduardo.
 
Tanto um como outro têm defeitos de sobra e já os critiquei á exaustão. Mas, que diabos eles tem a ver com o aumento do combustível ou com a política da Petrobrás?
 
Ah, claro que sobrou para o PT. "E não queremos mais o PT", ou algo assim, bradou o manifestante. 
 
Olhando em volta, muitos carros com a frase Intervenção Militar Já pintada de branco nos vidros.
 
Mas, não parecia espontâneo. A sensação - incômoda - é que tem algo por trás disso. Claro que tem gente bem intencionada nestes movimentos. Mas, a impressão, parafraseando minha avó, é que tem caroço nesse angu.
 
Se não tiver, é esquizofrenia mesmo.
 

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