Pinto Júnior

23/04/2018 13h18

No Conexão Potiguar, Raimundo Filadélfio, empresário e, agora, célebre proprietário do “Disco Voador de Taipu”, esclarece como surgiu a ideia de colocar em prática um projeto tão futurista, o qual levou o pacato município ao destaque nas manchetes nacionais, ressaltando que “é bem fácil pesquisar e notar que não se acha uma casa igual”.

Como começou a desenvolver o projeto?

Raimundo Filadélfio: Primeiramente, estudei a compactação do terreno. Depois, fiz o calçamento que está em volta para tornar mais resistente o local de construção da casa. Minha preocupação também foi a base principal e onde colocá-la. Fiz, portanto, uma escavação até um sólido bem rochoso, sem possibilidade de amolecimento, devido às ameaças de chuvas ou temporais, as quais poderiam causar um desabamento do sólido. É comum que as terras nessa região “embebedem”. Por isso, deixei o solo bem compactado. A fundação dela quase foi em cima da pedra rocha, mas não chegou a ser ali. Foi no material em que colocamos a água e ela não consegue mais descer, demonstrando que o sólido está seguro.

Qual foram os materiais utilizados?

Raimundo Filadélfio: Todo o material utilizado na base da fundação foi concreto, feito com aço bordado para amarrar toda a estrutura. Já na caixa onde se encaixa o pilar, foram aproveitadas as bases as quais também estão na pilastra, para ficar bem reforçado. As amarrações do ferro também foram muito bem soldadas para ficar resistente. Depois de toda a base pronta, calculamos os pesos e chegamos a 68 toneladas. Com os cálculos preliminares, não sabíamos o peso final, mas achava que chegaria a cerca de 20 toneladas. Para minha surpresa, ao medir todo o material, chegamos a 17 toneladas, o que nos deu confiança.

Qual o futuro da construção?

Raimundo Filadélfio: Como fiz essa casa pensando que poderia durar muito tempo, procurei materiais que não-perecíveis e duráveis. Se, algum dia, não precisarmos mais dela aqui e meus filhos ou netos pensarem em transportá-la para algum lugar mais interessante, a estrutura está totalmente viável e capaz de alçar um guincho no topo, soltar a solda do encaixe e transferir. Só é necessário construir outra base, que é uma obra simples e rápida.

Pensa em novos “Discos”?

Raimundo Filadélfio: Quando iniciei a confecção dessa casa, pensava que era a única, ou seja, estava fazendo para mim e não teria mais interesse em fazer isso em nenhum outro momento. No entanto, a especulação foi tanta que eu não eu saberia responder, agora, se teria interesse em confeccionar outras casas. Talvez fosse possível. Não sei. Só o futuro dirá se seria interessante abrir mão desse projeto para poder expandi-lo.

Essa obra é única?

Raimundo Filadélfio: Já demos entrada no processo de patenteamento. Não é um processo rápido, mas é bem fácil pesquisar e notar que não se acha uma casa igual. Estou realizado. Foi algo que veio da minha imaginação. Não achei em livros, internet ou pesquisei com amigos. Não sou vaidoso, sou uma pessoa totalmente comum. Fazer esse projeto foi um sonho que deu certo e acredito que isso não me faz mais inteligente que ninguém. Outros também podem fazer até melhor do que eu fiz, basta botar na cabeça e ir atrás dos seus sonhos.


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