Pinto Júnior
23/03/2018 09h47
Em entrevista que fiz para o Conexão Potiguar, Ana Adalgisa, a presidente do Crea-RN, comenta a respeito da principal missão e dos desafios de sua gestão, destacando a participação ativa na defesa da sociedade, a valorização da engenharia e sua volta ao protagonismo de desenvolvimento econômico.
Qual é a missão do Crea-RN?
Ana Adalgisa: O Crea-RN tem como principal missão defender a sociedade através da fiscalização do exercício legal da profissão, ou seja, registrar os seus profissionais e fiscalizar o serviço técnico, para que seja devidamente executado e projetado por profissionais registrados em nosso Conselho.
Quais são as principais missões de sua gestão?
Ana Adalgisa: Assumi recentemente, em janeiro, e diria que que a grande missão do Crea-RN é participar ativamente da defesa da sociedade, dentro da engenharia. A engenharia tem que ser protagonista de desenvolvimento econômico e a temos que participar de todos os debates que envolvam a engenharia, a qual deve ser discutida por engenheiros. O Crea-RN tem o desafio de se aproximar da sociedade e melhorar também a sua comunicação com os profissionais e os futuros profissionais, que têm que se sentir representados pelo seu Conselho. Essa é a nossa grande missão.
O Crea-RN reúne, hoje, engenheiros de quais áreas?
Ana Adalgisa: Envolvemos, hoje, todas as engenharias. Quando eu cursei engenharia, a UFRN tinha Mecânica, Elétrica, Civil, Química, Têxtil e temos, agora, uma gama enorme de engenharias. Podemos encontrar, atualmente, engenharias de Produção, Mecatrônica,. O Crea-RN representa, portanto, todas essas áreas, além da Geologia, da Geografia e da Agronomia.
Sua gestão propõe um plano de manutenção de obras?
Ana Adalgisa: Na realidade, estamos solicitando a todos os órgãos públicos responsáveis pelas nossas obras o seu plano de manutenção. Recentemente, em Brasília, houve o desmoronamento de um viaduto numa via extremamente movimentada. Não houve óbito, surgiu a contestação acerca da falta de manutenção. Estamos solicitando a esses órgãos, então, sobre o andamento dessas obras. Uma obra de engenharia tem uma vida útil, desde que haja a devida manutenção.
Por que a placa, em uma obra, é tão importante?
Ana Adalgisa: Ela representa uma segurança e relação à sua fiscalização, além de garantir que aquela obra está sendo executada por um profissional devidamente habilitado e registrado em nosso Conselho. Então, passaremos a exigir a placa da obra para que todos os profissionais responsáveis por um empreendimento estejam discriminados na obra. É uma segurança para a empresa, para o proprietário, para a sociedade e, também, é uma ferramenta de marketing de proteção do profissional, já que, infelizmente, na nossa profissão, o número de leigos que tentam executar serviços técnicos é muito grande. Temos que combater isso. A parceria a sociedade é fundamental. Pedimos que as pessoas denunciem, não contratem não-engenheiros para evitar prejuízos à sociedade.
Ainda é comum a execução de construções por leigos?
Ana Adalgisa: Infelizmente, sim. Temos nossas câmeras técnicas de todas as engenharias e fiscalizamos muitos leigos realizando serviço técnico. Desde a Construção Civil à Agronomia, até a Engenharia de Segurança do Trabalho. Essa última é vida, está envolvida com pessoas que, quando não há o devido treinamento, podem ocasionar mortes, acidentes no ambiente de trabalho. estamos fiscalizando e combatendo isso para evitar danos à sociedade.
Qual o maior desafio da sua gestão?
Ana Adalgisa: O grande desafio é a proximidade entre o Crea-RN, a sociedade e os profissionais. O estabelecimento de uma comunicação ampliada e a nossa participação como protagonista. A engenharia, não apenas o Crea-RN, voltar a ser protagonista de desenvolvimento econômico. Para isso, precisamos da reunião de todos. Queremos, também, a valorização de nossa profissão.
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