Cefas Carvalho

22/11/2017 14h42
A prisão nesta manhã do ex-governador do Rio, Anthony Garotinho me fez lembrar do amigo carioca da época de adolescência que na época do golpe contra Dilma tive que desfazer amizade e bloquear, após ele - que amava Garotinho e o incensava nas redes - praticamente me chamar de bandido por eu defender Dilma. Quando ele insinuou que eu recebia dinheiro desviado da Petrobras pelo PT vi que era hora de encerrar amizade real e virtual.
 
Mas aí me recordo também dos amigos eleitores, admiradores ou que trabalharam com o ex-deputado federal Henrique Alves. Pessoas agradáveis, sérias, muitas delas ainda amigos meus da vida real e neste feicebuque. Mas, que volta e meia me soltavam farpas e ironias por causa de Lula e Dilma. Contudo, quem foi e continua preso (e cada vez mais enrolado) foi Henrique. Sob o total - e compreensível - silêncio deles.
 
E qual a razão desde texto? Talvez convidar a reflexão de que pode ser insensato e pouco seguro criticar duramente e ofender amigos reais e virtuais pelas escolhas políticas desses amigos. Principalmente se o inquisidor tiver, o que é um direito dele, as suas próprias opções políticas.
 
Já falei isso mil vezes nas redes: o problema não é a política, nem a opção por x ou y, nem mesmo ter seu "bandido de estimação", direito, afinal, de todos e cada um.
 
O problema mesmo é sentar o sarrafo no "bandido de estimação" do amigo (e no próprio amigo) e depois perceber que quem foi preso foi o seu próprio "bandido de estimação". Sabe aquilo da pedra e do telhado de vidro? É isso.
 

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