09/05/2025 12h46
Por: Glacia Marilac
Nesta quinta-feira(8) no Auditório da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) da UFRN, foi lançado o livro “Diagnóstico das bibliotecas escolares da rede pública estadual do Rio Grande do Norte”, de autoria da Professora Doutora Gabrielle Francinne de Souza Carvalho Tanus, docente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
A obra, prefaciada pela renomada professora Bernadete Campello e com texto de contracapa assinado pela professora Marília Paiva, se apresenta como uma contribuição essencial ao debate nacional sobre o papel da biblioteca escolar como espaço formativo, político e de garantia de direitos.
Durante a apresentação da pesquisa, a professora Gabrielle enfatizou que pensar criticamente a alfabetização e a leitura exige, também, uma compreensão crítica do papel da biblioteca escolar. “Não é essa biblioteca de livros encaixotados, atividades aleatórias ou didáticas mecânicas que queremos. Lutamos por uma biblioteca viva, estruturada e inserida no projeto pedagógico da escola”, defendeu.
A professora ressaltou ainda que pesquisas internacionais vêm, desde a década de 1990, comprovando o impacto positivo das bibliotecas escolares no desempenho acadêmico, especialmente em português e matemática. No Brasil, esse cenário também foi evidenciado pela pesquisa Retratos das Bibliotecas Escolares (2019), que identificou correlações significativas entre bibliotecas escolares de qualidade e o desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). “Não se trata de achismo, mas de dados concretos. A presença de bibliotecas em pleno funcionamento impacta diretamente o aprendizado dos estudantes, e esse impacto é ainda maior nas escolas mais vulneráveis”, afirmou a autora. “Se essa luta é considerada classista, que assim seja, pois estamos todos numa classe: bibliotecários, professores, estudantes, todos unidos em defesa de uma educação pública de qualidade.”
A obra aponta ainda que, em uma sociedade marcada por desigualdades e pelo cerceamento do acesso à cultura, a biblioteca escolar cumpre duplamente sua função pública e democrática. “A biblioteca é uma porta de entrada para os direitos humanos, para o conhecimento acumulado nas artes, nas ciências e nas humanidades. Negar sua existência ou precarizar seu funcionamento é condenar gerações ao atraso”, reforça a autora.
Autor: Glacia Marilac