Wellington Duarte

03/10/2020 08h32
 
Eleições majoritárias de Natal e Parnamirim : As hordas bolsonaristas se apresentam
 
As eleições para prefeitos e vereadores em tempos de pandemia, prometem extrapolar, em muitos aspectos, o Mundo de Alice que vivemos. São 700 candidatos disputando as 29 cadeiras da Câmara Municipal de Natal e, pelo menos, 14 candidatos a prefeito. Em Parnimirim, terceira maior cidade do RN e que, junto com Natal tem um milhão de habitantes, mais de 30% de todo o estado, são 6 candidatos a prefeito e 338 candidatos disputam as 18 vagas na Câmara Municipal.
 
São eleições de tipo novo e talvez isso explique essa quantidade de candidatos a vereador, devido ao fim das coligações, ou seja, cada partido lança sua própria chapa a vereador, embora permaneça o chafurdo nas eleições majoritárias.
 
Mas é nas eleições majoritárias que encontramos o furdunço de sempre. Tem de tudo que a nossa imaginação pode nos imputar. As crias fascistas, libertadas dos seus armários cheios de recalque e ressentimento, afloraram nessas eleições.
 
Nas eleições de Parnamirim temos a “professora” Nilda, atual vereadora, eleita em 2016 pelo PRP e que, nesse ano, optou por embarcar na nau dos fascistas, o PSL, e quem em maio desse ano foi condenada a pagar R$ 5 mil por distribuir álcool em gel, numa descarada campanha. Outra dessas figuras que emergiram das sombras, é do coronel da reserva, Dolvim, que se vangloria de ter o apoio do Napoleão de Hospício do Planalto e o “general” Girão, que quando fala, cospe fascismo por todos os lados. Seu partido? O microscópico PRTB, que fez aliança com o não menos desconhecido Democracia Cristã (DC).
 
Em Natal o circo fascista está mais “florido”. Temos desde o bolsonarismo mais fidagal, até o bolsonarismo menos delirante e mais oportunista. Das 14 candidaturas, pelo menos 4 se enquadram nesse “seleto” rol. 
 
Talvez, mas apenas talvez, o mais bolsonarista seja o “coronel” Azevêdo, atual deputado estadual, famoso por seus surtos machistas, má educação, agressividade e falta de espírito republicano. Azevêdo, oriundo dos quadros da PM não titubeia em saudar as sombras fascistas e compôs chapa com o policial civil Erick Marianne. Detalhe: Azevêdo concorrerá pela sucursal da Assembleia de Deus, o PSC, e cujo presidente, o pastor Everaldo, está atrás das grades, preso por vários atos de corrupção.
Quem compete para ser mais bolsonarista que Azevêdo é o “coronel” Hélio Oliveira, militar da reserva da Aeronáutica, cujo amor por Bolsonaro é exposto nas redes sociais com desenvoltura e expressa seu anti-petismo e anti-comunismo com toques de “requinte” que agradaria por demais os fundamentalistas do Estado Islâmico. Oliveira é do fantasmagórico PRTB e fez aliança com o PTB, hoje nacionalmente comandado por um velho corrupto, Roberto Jefferson.
 
Um terceiro nome do ninho bolsonarista, é de Sergio Leocádio, que se apresenta como “delegado” Sergio Leocádio, que se veste com o figurão tradicional do anti-esquerdismo e que se considera preparado porque foi delegado de polícia. Embora se considere um “não político”, foi candidato a vereador em 2016, pelo PMB e a vice-governador em 2018, ou seja, é um “não político”, que faz política. Como sua vice se apresenta também como delegada, como de fato é, a “delegada” Deusa, temos uma chapa “puro sangue” vindo da polícia civil e, talvez, “abençoada” pelo genocida do Planalto.
 
O quarto nome talvez seja o que podemos chamar de “bolsonarista de ocasião”, pois surfou no bolsonarismo, mas peleja com a velha roupagem dos coronéis da política local. Trata-se do prefeito Álvaro Dias que tem tido bons percentuais nas pesquisas e que montou uma coalizão que junta toda a velha guarda oligárquica, e seus auxiliares, formando a coligação “Avança Natal”, restando saber que tipo de avanço será este.
 
É começo de campanha. Nada está definido, mas as cartas estão na mesa e nem Natal e Parnamirim, que deram boa quantidade de votos a Bolsonaro, tem, agora, um leque de candidaturas para aninhar as hordas reacionárias.
 

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