Wellington Duarte

Professor, economista, Cientista Politica, comunista, headbanger, flamenguista, americano e apreciador de Jack Daniels

Merz, Ciro Gomes e Lady Gaga: banzé no mundo

07/05/2025 12h03

 

Primeiro Cenário. Na Alemanha, a máquina que puxa a Europa, anda com os motores engasgando. O conservador reacionário Friedrich Merz, da União Democrata Cristã da Alemanha, CDU em alemão, que foi a vencedora nas últimas eleições, em fevereiro, elegendo 164 dos 640 deputados e que tem na União Social-Cristã da Baviera, CSU, seu “partido-espelho”, formou um bloco com 208 deputados, suou muito para ser aprovado no parlamento como chanceler. Perdeu na primeira votação, algo inédito num sistema político tão estável e pouco propenso a mudanças. Precisava de 316 votos, teve 310. 

 

Merz passou 5 horas negociando e conseguiu 325 votos, contra 289 e os votos do centrista Partido Social-Democrata, SPD, foram decisivos, o que coloca o futuro chanceler tendo que trabalhar com seus inimigos políticos, enquanto sente o “bafo no cangote” da nazista Alternativa pela Alemanha, AfD, que promete fazer o que a extrema-direita faz com prazer: chafurdar.

 

Segundo cenário. O Partido Democrático Trabalhista, PDT, que já teve Leonel Brizola como um dos seus principais líderes e chegou a ser o símbolo de um trabalhismo progressista e hoje é uma alegoria política, controlada pelo irascível Ciro Gomes, resolveu descer do barco governamental, uma nau cheia de furos, que navega em mares tão turbulentos quanto o temível Estreito de Drake. Ciro parece ter convencido o partido que a saída de Carlos Lupi, do ministério da Previdência, significou um rompimento por parte do governo. Ciro, que em todos os lugares que vai cospe fogo contra o PT e principalmente Lula, “ressuscita”, depois de amargar um ostracismo recente.

 

É claro que sair de um governo, cuja base é tão sólida quanto um pudim de geleia, o deixa mais vulnerável e negociar “projeto a projeto” significa, na prática, um novo ator para chantagear um governo que tenta governar com o PL cuspindo venenos todos os dias; é chantageado por um parlamento que se apoderou de parte do Orçamento; é bombardeado diariamente pela “nobre” mídia gigantona, que está tentando empurrar a candidatura do patético, mas inteligente, governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que tenta se desvencilhar o bolsonarismo tresloucado, para ser aceito como representante do “bolsonarismo educado”.

 

Terceiro cenário. Lady Gaga juntou 2,2 milhões de pessoas em Copacabana efe um show apoteótico que provocou delírios nos seus milhões de fãs, que certamente saracotearam noite adentro, mas também provocou ranger de dentes em vários setores, principalmente nas redes sociais, que acusaram a artista de ser cúmplice no Genocídio em Gaza, porque já demonstrou em várias ocasiões, simpatia por Israel. Isso não pode né gaga!?  

 

Gaga, a “mãe dos little monsters”, tem alguma coisa a ver com os dois cenários mostrados acima? Nenhuma. Absolutamente nada. Mas num mundo tomado por uma epidemia de imbecilidade, a notícia sobre Gaga mereceu e está merecendo muito mais atenção do que o fato de o mais poderoso país da decadente da Europa está em palpos de Aranha, do que o maior país da América Latina envolvido numa batalha civilizatória sem precedentes e que vive um contínuo banzé parlamentar.

 

E la nave va...afundando aos poucos.

 


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