Professor, economista, Cientista Politica, comunista, headbanger, flamenguista, americano e apreciador de Jack Daniels
Amanhã, 1° de maio, é um dia em que os capitalistas, de qualquer tamanho ou condição, se sentem mal. Uns odeiam mais do que outros, mas todos se engasgam com essa data. Nem o mais bonzinho capitalista, empresário, empreendedor, ou seja, lá o nome que se dê, gosta dessa data. Desde que foi criada, em 1904, durante o Congresso da Internacional Socialista, os capitalistas torcem o nariz para ela.
Estranhamente essa data foi se desmiliguindo ao longo das décadas. O esvaziamento das comemorações, a não ser em países em que os governos são socialistas, é simbólico. Uma data nascida do sangue do operário e do autorreconhecimento de sua importância na criação de riqueza, foi sendo transformada numa festa, comemorando o trabalho e hoje é um feriado, sendo que aqui em Pindorama, décadas de desconstrução dos sindicatos, o Dia Internacional do Trabalho, está restrita a uma comemoração de teimosos militantes, sindicalistas e apoiadores que, além do mais, não se gostam.
Mas essa data é uma das poucas que mereceria de cada trabalhador e trabalhadora, uma reflexão sobre como ele vive sendo despelado, mesmo que sutilmente, e de como ele/ela, é o único que produz riqueza. Vou repetir: O TRABALHADOR/TRABALHADORA É A ÚNICA FONTE DE RIQUEZA DA SOCIEDADE. Bastaria esse autorreconhecimento para ele ou ela perceber que, sem o Trabalho, toda a riqueza dos capitalistas se transformaria em pó. Simples assim.
Numa sociedade em que riqueza vem aparentemente diretamente do dinheiro, parece que o trabalho virou algo secundário e, por conseguinte, é o dinheiro que cria dinheiro. Bobagem. Mesmo com a individualização do trabalho, onde o trabalhador, isolado, vive numa distopia robinsoniana, achando que ele se basta, sua exploração é tão real quanto a mercadoria, qualquer que seja ela, que ele utilize para trabalhar.
Mas, para o Capital, é necessário que o Trabalho seja reduzido a um contrato, afinal isso significa controle, mas mais do que um contrato, é melhor que o Trabalho não tenha nenhuma regulação e seja livremente explorado, afinal é melhor ter milhares de trabalhadores autônomos, em desespero contínuo pela sobrevivência, se utilizando de mercadorias que ele, o Capital, produziu graças ao Trabalho, sem ter de recompensar o despelado, afinal, não seria interessante que a Jornada de Trabalho fosse de 24 horas e essa “coisa” chamada Jornada de Trabalho, fosse enfim, abolida?
E até mesmo a música que enaltece esse dia, foi sendo substituída e poucos trabalhadores e trabalhadoras sabem sequer de sua existência. Sem sequer uma música que possa entoar no seu dia, sem a esperança de ser de fato livre um dia, submetido a todo de tipo de exploração e sendo dominado de tal forma, que acaba elegendo seus patrões feitores e capatazes, o que resta ao trabalhador ou trabalhadora?
Ressignificar-se! Mas para que isso ocorra é preciso que uma organização retome o espírito da verdadeira luta, que é Capital contra Trabalho, que chamamos de Luta de Classes, mesmo que parece brega ou démodé, ela, a Luta de Classe, está na vida do trabalhador desde o momento em que acorda, até o minuto em que ele/ela vai descansar seu corpo cansado.
Que todo trabalhador ou trabalhadora, busque no Google, a letra de A Internacional, escrita a partir de um livro de poemas, escrito por um revolucionário da Comuna de Paris (1871), Eugéne Pottier, que serviu para outro operário, esse belga, Pierre Degetyer, compor esse verdadeiro e imutável hino de resistência, onde a dor se transforma em grito de liberdade.
E, para finalizar, extrai um segmento dessa ode ao trabalhador e trabalhadora, que retrata fielmente o que é Luta de Classes.
“Crime de rico, a lei o cobre,
O Estado esmaga o oprimido,
Não há direitos para o pobre,
Ao rico tudo é permitido
À opressão não mais sujeitos!
Somos iguais todos os seres:
Não mais deveres sem direitos
Não mais direitos sem deveres!”
*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).