Mônica Cavalcante

O papel de uma primeira-dama: figura de assistencialismo, nepotismo ou comprometimento? Do que precisamos?

Esta narradora-escritora lhe pede um pouco mais de atenção sobre esse tema. Pouquíssimo debatido, talvez porque acenda muitas questões shakespearianas, do ser ou não ser, mas precisamos falar sobre o poder NADA simbólico sobre o papel da primeira-dama.

Logo acima, fiz de pronto o debate que pretendo. QUAL O PAPEL DE UMA PRIMEIRA-DAMA: FIGURA DE ASSISTENCIALISMO, NEPOTISMO OU COMPROMETIMENTO?

E minha inspiração de abordagem para esta discussão suscita outro ícone da história a Barbie.

Ambas, a primeira-dama e Barbie, são personagens comuns em todas as partes do mundo, como eu já disse anteriormente. E embora fictícia, a boneca faz parte de uma cultura, mobiliza opiniões, suscita inúmeros debates acerca sobre os arquétipos, o que nos traz o elo de narrativa para os exercícios de reflexão desse texto acerca “origem” destacar as funções, símbolos e significados entre “primeira-dama” e “Barbie”. Eu não ser cruel, apenas vou “iniciar” algumas ponderações óbvias.

No mundo da ficção temos um ícone, a Barbie, uma boneca que é sucesso de vendas e desejo de meninas do mundo inteiro. Além de ter roupas e acessórios modernos, a boneca também representa um estilo de vida aspiracional: ela é independente, viajava pelo mundo e tem muitas carreiras. Mas entre elas está a Barbie estereotipada, que entre muitas questões
deseja se conectar com sua humana. Quando enfim, Barbie estereotipada começa a questionar sua identidade no contexto em que se encontra, isso ocorre devido à presença de outras Barbies com profissões diversas, como a veterinária, repórter e confeiteira, a Barbie estereotipada, desprovida de uma carreira específica e propósito definido, começa a perceber a ausência de um papel significativo em sua vida. Esse momento marca o início de sua jornada em busca de autodescoberta e amadurecimento, à medida que ela se esforça para encontrar um propósito mais profundo e significativo em sua existência, além do estereótipo superficial que a caracterizava anteriormente.

Vamos voltar ao papel de uma primeira-dama.

Sobre a origem de uma "primeira-dama", registra a história que aconteceu nos Estados Unidos por volta do século 19. De acordo com a Associação Histórica da Casa Branca, não há um registro oficial que indique a data exata em que esse termo começou a ser empregado, nem especificamente em relação a qual mulher de chefe de Estado. Esta “expressão” pode variar significativamente de país para país, pois não existe uma definição universal ou descrição formal para essa posição. Tradicionalmente, a primeira-dama é a esposa do chefe de Estado, como o presidente. No entanto, nos casos em que o chefe de Estado é uma mulher, o esposo pode ocupar esse papel.

A importação da ideia chega ao Brasil seguiu o modelo americano de republicanismo, numa posição de “status simbólico”, com uma boa dose de visão machista de que “toda mulher está por trás de um grande homem”. Cuidar dos afazeres “domésticos” (isto mesmo, os espaços públicos têm se tornado esses lugares), aparições públicas nos eventos oficiais como acompanhantes, serviço e trabalho voluntário feminino, tem permeado o papel primeira-dama que faz obra social se encaixa nesse contexto do Estado paternalista, que é o pai que ajuda. É a mulher que é responsável pelo cuidado. Então, ela vai ter a função de ajudar aqueles filhos relegados do Estado que é pai e que é bom, bem na noção populista, desses populismos que estão se fortalecendo tanto de direita quanto de esquerda.

No mundo real, temos as primeiras-damas e tantas histórias. E é importante notar que o papel da primeira-dama é muitas vezes influenciado pela personalidade, interesses e prioridades individuais de quem ocupa essa posição. À medida que as sociedades evoluem, as expectativas em relação ao papel da primeira-dama também podem mudar, permitindo maior flexibilidade e diversidade de atuação. Envolvendo-se em atividades que transcendem estereótipos de gênero, ela pode se tornar uma defensora eficaz de causas relevantes, contribuindo para a solução de problemas sociais e políticos. Uma primeira-dama pode influenciar a agenda nacional, destacando questões críticas e promovendo discussões importantes. Isso pode moldar a percepção pública sobre prioridades e desafios enfrentados pela sociedade.

Em resumo, a escolha de uma primeira-dama de se envolver em atividades não tradicionalmente associadas ao feminino e ao cuidado tem um impacto simbólico profundo, contribuem para a mudança de percepções sociais e para a promoção de uma participação mais ativa das mulheres na esfera política e social.

Enfim, perguntas finais: qual a mensagem final do filme Barbie? Qual o papel de uma primeira-dama? Qual a mensagem final desse texto?

Para chegarmos ao ponto que pretendemos, lançamos uso do conceito de “hard/soft power”.  Para efeitos de "governabilidade" entendemos a necessidade “diplomática” de implementar políticas e tomar decisões de maneira eficaz e consistente que exige as estratégias “hard/soft power”, a fim de desenvolver amplamente os diversos aspectos da administração pública e da relação entre o governo, as instituições e a sociedade. Mas para não ficarmos “perdidos na leitura”, vale explicitar que "hard power" é tradicionalmente associado à força militar ou econômica, enquanto o "soft power" está mais ligado à influência cultural, social e diplomática.

E aplicando esses conceitos, mas sem me alongar acerca das diferenças, destacamos a igual relevância dos “poderes” e respondendo sobre “qual a mensagem final desse texto?”. O poder simbólico se concentra na influência sutil por meio de representações culturais, o poder constitucional está enraizado na autoridade formal e legal definida por uma constituição ou leis. Ambos desempenham papéis importantes na dinâmica de uma sociedade, cada um contribuindo de maneira única para a organização e a influência em diferentes aspectos da vida coletiva.

E fica a insistência: DO QUE PRECISAMOS?

Podemos e devemos acrescentar outros pontos a debater, mas fica para outro artigo. Agora, vamos pensar sobre apenas estes e correr um pouco sobre a linha da história. Não há pretensão de julgamentos, apenas um pouco de reflexão sobre fatos, acontecimentos aqui e acolá. E alerto, quaisquer coincidências, poderia até ser pura ficção, mas de tão comum e pouco inédito mundo afora, o NEPOTISMO (é esse o nome tá?), tem diferentes formatos, está em todo lugar do planeta, em qualquer instituição, em quaisquer famílias...Parece até que certas posturas, virou um negócio de família. Mas este será também assunto para outro artigo.