Evandro Borges

20/10/2023 08h23

 

Dia da educação popular

 

A Governadora do Estado, professora Fátima Bezerra sancionou lei aprovada na Assembleia Legislativa de iniciativa da Deputada Isolda Dantas (PT), estabelecendo o dia 19 de setembro como o dia estadual da educação popular. O dia é em homenagem ao nascimento do educador e patrono da educação brasileira, Paulo Freire de reconhecimento internacional, com cátedras dedicadas ao educador e filósofo brasileiro em diversas universidades, estabelecendo o estudo do cientista que proporcionou uma transformação na educação

Paulo Freire nasceu em Recife (PE) no dia 19 de setembro de 1921, filho de pai potiguar Joaquim Temistocles Freire e mãe Edeltrudes Neves Freire. Estudou na Escola Oswaldo Cruz pelo esforço inicial de sua mãe conseguindo um bolsa de estudos. Formou-se em direito pela Universidade de Recife, hoje Universidade Federal de Pernambuco. Na ditadura precisou do exílio para se refugiar da perseguição e prisões arbitrárias do golpe civil/militar de 1964.

No exílio Chileno escreveu a sua principal obra Pedagogia do Oprimido como legado dos estudos e práticas realizadas em Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, e principalmente em razão da participação na campanha desenvolvida nas áreas de reforma agrária no Chile durante o Governo da democracia cristã de Eduardo Frei Montalva, recebendo a acolhida de Jacques Chonchol, dirigente da Reforma Agrária chilena ocorrida entre 1967 a 1973.

No Rio Grande do Norte o educador e filósofo Paulo Freire colaborou com a campanha em Natal do governo do Prefeito Djalma Maranhão de alfabetização denominada “De pé no chão, também se apreende a ler”. E a sua maior experiência aconteceu em Angicos, município do Sertão Central Cabugi na alfabetização de adultos, estando atualmente na localidade, instalada um centro universitário da UFERSA capitaneada pelo curso de Pedagogia.

A pedagogia de Paulo Freire é considerada libertadora, transformadora dos indivíduos e da coletividade, de ação conjunta com a realidade, crítica, formadora de cidadania e de capacidades. De responsabilidade conjunta entre educadores e educandos, ética, estética, popular, principal base para alfabetização, para educação de jovens e adultos como primeira e segunda oportunidades para os seres humanos que não prosseguiram os seus estudos na escola formal em face dos condicionantes econômicos e sociais.

Educação popular vem andando com mãos dadas com a teologia da libertação, com os grupos sociais, com organismos sociais que levam a educação aos bairros periféricos, nas comunidades e assentamentos rurais, e aos moradores de rua. Contribui em muito com as comunidades originárias, principalmente no Rio Grande do Norte com as comunidades quilombolas, com os sindicatos e seus educadores populares.

Os cursos populares preparatórios para os antigos vestibulares, hoje ENEM tem a marca do movimento “Emancipa” trabalhada com voluntários e estudantes em estágios de Universidades, principalmente nas periferias enfrentando todas as dificuldades e vulnerabilidades, quando é valorizado a pedagogia freiriana para o desvelamento da palavra e do conhecimento do mundo.

Pode-se ainda, ser destacado outras iniciativas de ordem municipalista no Rio Grande do Norte como é o exemplo de São Tomé com um programa permanente no âmbito da educação de jovens e adultos, envolvendo mais de mil educandos e animadores, um trabalho realizado a muitas mãos, com resultados que estão começando a surgir, principalmente de autoestima e pertencismo dos participantes.

No momento em que já se encontra convocada uma nova conferência para educação brasileira, a fim de uma grande consulta para a elaboração do novo plano decenal que vai pretender erradicar o analfabetismo no país, a iniciativa da sanção da governadora para o dia da educação popular é bastante oportuno e de identidade para o Rio Grande do Norte.

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