Mônica Cavalcante

08/11/2022 12h15
 
Consciência para quem? (Parte I)

Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista. (Angela Davis)

A exemplo de outras abordagens feitas por esta escrita, que em nada tem neutralidade, imparcialidade e pretende estar sempre neste lado das questões, como eu já falei em outro texto, sou acometida pelo “sincericídio” e por esta razão, sempre suscetível às opiniões e desafetos que esta postura promovem.

Neste momento, estamos no mês de novembro alusivo ao movimento que surge com a partir da instituição DIA NACIONAL DE ZUMBI (20) E DA CONSCIÊNCIA NEGRA, que integra desde 2011 o calendário oficial brasileiro. Um marco temporal acerca da maior rebelião do povo preto escravizado, e, principalmente, uma data pela humanidade.

Vou estruturar essa temática em três partes: CONSCIÊNCIA PARA QUEM? (PARTE I) CONSCIÊNCIA POR QUE? (PARTE II) CONSCIÊNCIA PARA QUE? (PARTE III)

Portanto, ESSA CONSCIÊNCIA, SE DESTINA A QUEM?

O combate à discriminação deve ocupar todos os ambientes da sociedade e o legislativo tem grande influência nessa luta antirracista. O tal do racismo estrutural que todos nós temos que combater.

A Carta Magna de 1988 estabeleceu como fundamento da República Federativa do Brasil, a dignidade da pessoa humana e ter consagrado como objetivos fundamentais a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, a da erradicação da pobreza, marginalização e redução das desigualdades sociais, além da promoção do BEM DE TODOS, SEM PRECONCEITOS DE ORIGEM, RAÇA, SEXO, COR, IDADE E QUAISQUER OUTRAS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO.

Na prática, ainda nos levantamos todos os dias na luta permanente em lugar de defesa a outro tema já trazido aqui: LUGAR DE FALA.

Então, esse é um destino para todos nós. DISCORRER SOBRE OS ASSUNTOS QUE ABATEM A DIGNIDADE HUMANA SEM PEDIR AUTORIZAÇÃO DE FORMA A CONTRIBUIR PARA QUE O DIÁLOGO SEJA MAIS POTENTE. A neutralidade é mascarada. Gente branca pode e deve falar de questões étnico-raciais.

Tradicionalmente os espaços de poder da sociedade são reservados a homens héteros, cisgênero, brancos e ricos. Mesmo nas chamadas microrrelações, nas pequenas relações de poder cotidianas, a tendência é que: o homem tenha mais poder e privilégio social em relação à mulher; os héteros também o têm em relação à população LGBTQ+; os brancos também possuem esse privilégio e esse poder desproporcional em relação à população preta.

Assim, o ser humano possui algo que talvez lhe seja único dentre os outros animais: CONSCIÊNCIA. É preciso pensar em uma forma de unir a POPULAÇÃO PRETA E NÃO PRETA e conscientizá-las de sua cultura, da luta diária das pessoas pretas e do valor de ser preto.

A consciência negra é isto: um misto de conscientização da importância do preto na sociedade, do reconhecimento do valor, da cultura e da luta de pessoas pretas que não se calaram e levantaram a cabeça contra o racismo.

RACISMO MATA.

PRECONCEITO MATA.

AFROEMPRODERAMENTO É RESISTÊNCIA E RESPEITO.

 


*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).