Ana Paula de Matos Silva

Mestranda em Análise Ambiental Integrada do Programa de Pós-graduação da Universidade Federal de São Paulo, foi coautora do capítulo 2 “O Impacto Ambiental durante a pandemia da COVID-19: Relação entre a poluição atmosférica e o isolamento social Brasil” do livro “Análise Ambiental Integrada em contextos de pandemia o velho e o novo normal: aprendizados e reflexões sobre impactos socioambientais da covid-19”, publicado em janeiro de 2023.

Qual a relação do desmatamento com as mudanças climáticas?

A Revolução Industrial (1760-1840) marcou a história com o surgimento das indústrias, máquinas em diversos setores e do capitalismo, e como consequências: os problemas ambientais (as emissões de CO₂ começaram a crescer devido a utilização de combustíveis fósseis como o carvão e o petróleo).

Atualmente, os veículos, o consumo de eletricidade, as indústrias, a pecuária, os incêndios florestais, são responsáveis por liberarem para atmosfera grandes quantidades de gases de efeito estufa, dentre eles o CO_2.

O planeta Terra é envolto pela atmosfera (que nada mais é que uma fina camada gasosa, composta por gases de efeito estufa, que permite que parte dos raios solares penetrem).

No entanto, com as atividades humanas, a quantidade de gases aumenta resultando no aquecimento do planeta.

E consequentemente, aumenta a temperatura dos oceanos e o derretimento das geleiras, que causa aumento no nível do mar, podendo causar inundações; extinção de espécies por mudanças em seu habitat; ainda, intensificação nos desastres climáticos (seca, desequilíbrio nos índices pluviométricos, dentre outros) e diminuição da produtividade no agronegócio.

As florestas têm um papel fundamental nesse cenário, elas ajudam a equilibrar o clima, armazenando o gás carbono, liberando grandes quantidades de água em forma de vapor, a chamada evapotranspiração (evaporação do solo e transpiração das plantas), que quando carregado, precipita em forma de chuva.

Quando ocorre o desmatamento, as mudanças climáticas são uma das consequências.

As causas do desmatamento são variadas, mas a principal é a ação antrópica, ou seja, a ação humana no processo de remoção da vegetação nativa para desenvolvimento de atividades produtivas que vão desde o uso da madeira como matéria-prima (fabricação de papel, móveis, transportes como barco, por exemplo,) ao uso do solo para o agronegócio, construção de casas e indústrias.

No Brasil, a principal causa do desmatamento é a expansão agrícola na Amazônia, um dos ecossistemas mais afetados pelo desmatamento e o Cerrado, em segundo lugar.

Nessa quinta-feira, 03 de agosto de 2023, o Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima, publicou em sua página oficial (https://www.gov.br/mma/pt-br/desmatamento-na-amazonia-cai-42-5-nos-sete-primeiros-meses-de-2023) queda de 42,5% do desmatamento na Amazônia nos sete primeiros meses de 2023, resultado de um intensivo trabalho coordenado pela secretaria de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial e as operações de campo dos órgãos ambientais Ibama e ICMBio.

Diante disso, é possível afirmar que algumas ações são necessárias e eficientes para que o desmatamento seja detido, são elas:

• Políticas que visam o reflorestamento e inserção de animais nativos em áreas devastadas;
• Criação de Unidades de Conservação Ambiental em áreas com biodiversidade considerável;
• Fiscalização e aplicação das legislações vigentes em nosso país contra crimes ambientais.
• Mudança no estilo produtivo, afim de melhorar a produtividade, hábitos e comportamento da sociedade de maneira que todos busquem a sustentabilidade em suas atividades.
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