Jornalista
Colônia: a flor que cura corpo e alma
Sou apaixonada por medicina natural. Sinto a necessidade constante de me (re) conectar com a natureza e o faço por meio de trilhas ao ar livre, banhos de mar, chás, inalações e banhos de cheiro. Às vezes eu também exercito esse contato plantando ou colhendo frutas e mudas para consumo próprio ou para presentear. E tenho sido muito abençoada, ao levar um pouco do meu conhecimento empírico para tantas pessoas.
Esses dias, eu estava sofrendo com crises recorrentes de sinusite e me lembrei que tenho um potente remédio - a flor da colônia - tanto na minha casa em Pium, quanto no jardim do prédio onde trabalho, e também na casa da praia. Aliás, foi lá onde tudo começou, há pelo menos 20 anos. Recentemente, quando cheguei à Baía Formosa, estava sentindo um terrível mal-estar causado pela constipação dos seios nasais. Para minha alegria, deparei-me com vários cachos desta flor que eu tanto venero. Sim, sou tão apaixonada a ponto de tê-la por onde transito. E fiquei muito feliz quando percebi sua presença na repartição.
Feliz da vida no meu quintal, colhi um cacho de flor de aparência mais madura e macerei as pétalas secas, envolvendo esse material em álcool a 70º. Utilizei um frasquinho de 50 ml e de vez em quando eu inalo, tampando uma das narinas. É muito bom para facilitar a saída das secreções presas na face. Desde esse dia, não amanheci com a dor de cabeça que caracteriza uma crise de sinusite.
Uso a flor fresca para um delicioso e perfumado chá, que ajuda a relaxar, pois é considerado ansiolítico. O chá das folhas eu uso para um banho de cheiro, mas dá para ingerir também, o que me deixa com uma sensação de leveza. Corto um punhado de folhas, coloco no fundo de um balde e despejo água fervente, para extrair os princípios ativos. Em seguida, completo com água fria e tomo o meu banho morno. É delicioso e refresca. A título de conhecimento geral, trata-se de uma planta utilizada em terreiros de religião de matrizes africanas, tal é o seu poder de purificação.
Eu levei dois cachos para presentear a duas amigas que sofrem com sinusite crônica e ensinei-as a fazer o remédio, além de ter recomendado que minha vizinha fizesse o mesmo, para uma sobrinha dela. Como eu citei, amo esse leva e traz de conhecimento e de ser a ponte entre os produtos da natureza, que ajudam nos nossos processos curativos, e as pessoas que precisam dessa cura.
A minha gratidão à Mãe Terra é eterna. Quando eu vi o meu pé de colônia florido, agarrei-me a ele e chorei copiosamente. Por encontrar dentro de minha própria casa a cura, por ter condições de replicar o remédio para quem eu já sabia estar precisando e, sobretudo, por concentrar tantas coisas boas em um dos meus lugares favoritos, que é o município aclamado como “a cidade do surf”, Baía Formosa.
Em Pium, na chácara familiar, somos agraciados com muitas plantas medicinais e espiritualizantes, como a espada de São Jorge, o jucá, o juá, e tantas outras, como a chanana, o quebra-pedras, o aranto (mãe-de-mil), a pitanga, o jamelão, o limão-cravo, o coco amarelo etc. Sempre recomendo que as pessoas busquem o conhecimento com as pessoas mais velhas, sejam familiares, sejam vizinhas, para que esse manancial curativo seja potencializado.
Em tempo, quem me ensina bastante é o casal Nininha e Manoel, da praia do Sagi. Um dia ele me disse: “quem entende de doenças é o médico, eu entendo de remédios da natureza”. Então, siga esse sábio conselho: procure saber no consultório médico o que te aflige e busque a cura na natureza.
*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).