João Maria Medeiros

10/03/2018 10h14
Uma recente pesquisa divulgada nos Estados Unidos revela um lado cruel do ser humano: o prazer pela divulgação de noticias falsas, principalmente pelas redes sociais. Impressiona o quanto as pessoas replicam e espalham mentiras e outras noticias sem o menor cunho de verdade, sequer tendo a mínima preocupação com as consequências que esse ato aparentemente despretensioso pode vir a causar.
 
O boato ou as estórias inventadas passaram a ter uma dimensão maior a partir do advento das redes sociais. Originalmente criadas como mecanismos de atratividade de pessoas e estabelecimento de relacionamento social, a internet e as mídias sociais se tornaram território livre para todo tipo de manifestação, não importando, na maioria das vezes, se a verdade se faz presente naquilo que tem sido divulgado.
 
No Brasil não é diferente. Pesquisa da revista meio & mensagem divulgada no ano passado também aponta um elevado índice de circulação desses “fake News” nas redes sociais. Misturar informações, distorcer fatos reais e atribuir determinados poderes a quem efetivamente não tem, parece ser uma brincadeira aparentemente inofensiva, mas que pode resultar em graves prejuízos para as pessoas.
 
A irresponsabilidade de quem utiliza as redes sociais como um escudo para suas frustrações vem causando um fosso profundo na sociedade atualmente. Para os especialistas na área, essa situação é resultado do atual modelo de negócios consolidado na internet. O valor que se paga por clics dados em noticias, principalmente aquelas que despertam maior atenção até pelo exagero ou estranhamento do fato em si, provoca o surgimento dos aproveitadores da boa fé, da displicência e também desse desejo humano pelo extremo, ou por temas escatológicos.
 
Ninguém está imune a esse mal que assola as redes sociais de forma avassaladora. As pessoas precisam estar mais atentas aos absurdos que nos chegam pelas diversas ferramentas e aplicativos que integram a internet. Lembro de uma ocasião em que circulou uma foto de pombos sendo atraídos por um grande moinho de trigo e aquilo foi apontado como sendo de uma cervejaria brasileira, quando na verdade se ratava de uma indústria de massas na Holanda. 
 
Esse episódio causou um estrago na imagem da companhia obrigando-a a investir milhões de reais na mídia tradicional para desmentir aquela noticia falsa que muita gente comprou como absoluta verdade. Esse desejo mórbido pelo boato é algo a ser explicado pela psicologia e a ciência que estuda comportamento humano. O Perigo real é que qualquer um de nós pode ser vítima. Nesse universo tão complexo, nos cabe estar cada vez mais atentos.
 

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