Valério Mesquita

13/05/2016 23h57

01) Mossoró amanhecera fragilizada com a passagem de Zoivo Barbosa para o outro lado da vida. Ele era treinador, roupeiro, massagista e “o mais que se segue”, como costumava dizer. Em se tratando do Baraúnas, “professor” Zoivo estava à frente. Tarde de domingo, sentados na areia do campo, os pupilos ouviam o líder: “Manuel, você pega a bola, olha para a frente e sacode a pelota. Valmir Preto, mata no peito, sapeca pra Branco Piúba. Esse vê uma brecha e mete pra Tonheca”. Ai vem o golpe de misericórdia: “Tonheca, com esse pé 45, dá uma cipuada que o “Quipa” não vê nem a cor da bola. Pronto... “Facim”, “facim”. A gente ganha mais uma buchada”. O sonho maior de Zoivo era chegar à câmara de vereadores, via torcida do Leão do Oeste. Não deu certo. Lá, dizem que o folclore do futebol local ficou mais pobre.

02) Costa Leitão organizara a festa a seu estilo, lá em Assu. Como Aluízio Alves demorava a chegar por conta das paradas no percurso, Costa deu por iniciada a sessão “falação”. Quase meia hora de blá, blá, blá e nada do cigano. O orador dizia duas palavras e botava os olhos no mundo e nada de Aluízio. “Será que ele não vem?”, alguns perguntavam. De repente, surge o candidato, montado num jumento, trazendo consigo mais bacuraus do que o montante que o aguardava na praça. A marchinha “foi no trem da esperança”, enchia as ruas. Costa Leitão, num misto de felicidade e raiva (pela demora), remendou o seu discurso, enfatizando: “MDB, MDB, você é a esperança do povo mas você é também a bagunça mais organizada do Rio Grande do Norte...”.

03) Bentinho lutou varias campanhas até conquistar o poder municipal num município do Mato Grande. Parentes e aderentes  mudaram como que da água para o vinho. A primeira dama passou a frequentar as lojas de luxo de Natal e integrar as redes sociais. Certa feita, num magazine, ela já havia passado a vista em mais de dez peças. A pobre vendedora exausta, sofria com as bobas exigências da nova ricaça. Lá pras tantas, já falando difícil chiou: “Gostei desse “vistido” agora me diga, ó “jovi”, ele “dixbota”?”. A vendedora, já subindo as paredes, rosnou: “Sim, senhora. Se tiver paciência de ensinar ele diz: bota, tênis, sapatilha, calcinha, sutiã, tudo o mais que precisar, ele fala...”.
 


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