Valério Mesquita

06/05/2022 09h50

 

O SILÊNCIO É UMA ARTE?

 

Eminentes pensadores ao longo do tempo, construiram frases enaltecendo o silêncio. Muitos políticos, se tivessem juízo, jamais pronunciariam discursos. Por isso, concluo que às vezes, não falar é uma arte. “O silêncio é um argumento dificil de se refutar”, frase atribuída a Fenélon, que cabe mais a padres após uma confissão do que a políticos. Já prevendo o horário eleitoral, alguém cunhou esse pensamento. “O Silêncio, as vezes, diz mais que um longo discurso”. Em contraposição, outro cultor do silêncio o define como “uma das grandes técnicas da conversação”. Pode ser que, nessa frase, uma grande parte da chamada classe política tenha se inspirado para enrolar o eleitorado. Shakespeare, o inexcedível bardo inglês, pela boca de um dos seus ricos personagens seiscentistas disse que: “O silêncio é um dos arautos da alegria”.

O fato é que, o silêncio exige cuidados especiais. Um dos maiores predadores do silêncio é o improviso. O improviso imprevisto e impensado. Para ilustrar, lembrei-me de um fato que me foi narrado por Paulinho, servidor da Assembleia Legislativa, envolvendo a figura do professor Antenor que não usou a prerrogativa do silêncio.

As greves e as lutas sindicais, às vezes, revelam fatos e figuras interessantes. Antenor, ex-presidente da Associação dos Professores fazia uma inflamada exortação a classe, conclamando os companheiros a luta da seguinte maneira: "Professores, a greve está nas ruas. Torna-se necessário darmos as mãos, porque eu tenho fé e vocês tendo fé na hora de somarmos nossas fezes, tudo mudará!!!”. Não precisa dizer que foi merda muita. Grande chance perdida para ficar calado.

 

 

 


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