Daniel Costa

14/03/2022 09h34

 

A CULPA É DO PRESIDENTE  

O assunto do momento é a guerra na Ucrânia. Os jornais noticiam a iminência das batalhas em Kiev, enquanto especialistas tricotam comentários colocando em destaque a culpa de Putin e os discursos de Biden sobre as sanções econômicas impostas pelos EUA. Mas ninguém abre a boca para falar a respeito da responsabilidade do presidente ucraniano nesse arranca-toco.

Esse é um ponto essencial a ser considerado, principalmente quando se tem em linha de conta que o Brasil está perto de escolher o seu próximo mandachuva, que terá uma importância fundamental para o futuro do país num mundo devastado por crises política, econômica e sanitária. De maneira que falar sobre Volodymyr Zelenskye, o chefe maior da Ucrânia, serve para refletir a respeito dos riscos que envolve colocar na cabeceira do executivo central aventureiros e loucos de todos os gêneros. 

 Zelenskye foi escolhido pela população na base do discurso da antipolítica, de que era preciso acabar com a corrupção e dar um basta nas velhas oligarquias, ainda que a sua campanha tenha sido financiada por um oligarca investigado por fraude nos EUA. O seu reconhecimento público nasceu do contato com a população através de um programa de televisão. Ele era comediante e se destacou em um seriado chamado “Servo do povo”, atuando como o professor que discursava em sala de aula sobre anticorrupção. Daí que os ucranianos resolveram apostar suas fichas num ator sem nenhuma experiência política.

O problema é que a administração de um país não é feita de ficções. Com pouca compreensão do tabuleiro da disputa geopolítica mundial, Zelenskye foi se meter em um confronto entre grandes potencias, que tem o seu ponto nevrálgico no cabo de guerra pela hegemonia econômica do globo entre Rússia, China e EUA.  

A verdade sem roupa é que o presidente da Ucrânia cometeu um erro estratégico ao apoiar totalmente a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Seria imprescindível ao seu país fazer parte de tal organização, a ponto de arriscar um confronto armado de enormes proporções? Por que não adotou uma tática de neutralidade? 

Votar em candidatos despreparados tem consequências reais. E essas consequências podem ir muito além da destruição das universidades públicas e do aumento da cesta básica. A contribuição decisiva de Zelenskye para a terrível e indefensável guerra que destrói a Ucrânia é prova disso. Hoje, o que se tem de certeza é que nem o melhor dos seus esquetes será capaz de devolver o sorriso aos familiares das pessoas que, sob a orientação do presidente-comediante, perderam a vida atacando tanques russos na base de coquetel molotove.

 

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