Liliana Borges

11/03/2022 11h04

 

MUSEU DO DINHEIRO, Almoço da Sexta a Cultura…

Os almoços das sextas-feiras são conhecidos como “almoços sem fim”, normalmente com horário para começar e sem limites para terminar, característicos por muitos encontros e reencontros, boas conversar, gargalhadas, momentos especiais que guardamos na memória…

Em um destes dias atravessei o Tejo de barco e chegando ao Cais do Sodré tive o prazer de encontrar uma amiga para mais uma destas aventuras. Seguimos pelas graciosas ruas lisboetas, passamos pela Praça do Município e fomos até a Rua do Crucifixo nº10 no “Crossroad10, Fusion Bistrô”.

Pequeno Café/Bistrô na “Baixa de Lisboa” com apenas 30 metros quadrados e capacidade para 12 pessoas, avaliado pela “Tripadvisor” com pontuação máxima de 5 e classificado como gastronomia europeia, asiático, contemporâneo, saudável, tailandês.

Saboreamos um “Pad Thai” que é uma massa de arroz, salteada com legumes, camarão, tofu e ovo, em um molho de tamarindo contendo amendoim, preferi trocar o camarão pelo frango e para finalizar uma deliciosa sobremesa, “Cheesecake de Abóbora”. 

Os pratos além de muito bem-apresentados estavam saborosíssimos, e ainda, com preços justos. Não poderia deixar de mencionar o excelente atendimento e curiosamente uma de suas peculiaridades é que seu cardápio varia diariamente permitindo ao cliente apreciar diferentes iguarias, seu funcionamento é de segunda a sábado. 

Por aqui no “Velho Continente” estes agradáveis convívios muitas vezes são acrescidos algumas doses de história recheadas com cultura, pois além do almoço maravilhoso fomos conhecer o “Museu do Dinheiro”, situado na antiga Igreja S. Julião no Largo que tem o mesmo nome, próximo a Praça do Município.

O Museu foi fundado pelo Banco de Portugal, o qual o mantém, inaugurado em abril de 2016 onde retrata a história do dinheiro e sua evolução no mundo e no país. A Igreja foi destruída no terremoto de 1755, posteriormente reconstruída, em 1816 um incêndio destruiu seu interior, foram realizadas novas obras e bem mais adiante em 1910 foi adquirida pelo Banco de Portugal.

O Banco decidiu aproveitar seu espaço para áreas técnicas, casas fortes, arquivos, estacionamentos e no decorrer das obras houve vários protestos contra a destruição da Igreja, os trabalhos foram suspensos e daí preferiu restaurar a antiga sede e a igreja acrescendo o Museu do Dinheiro.

Seu acervo é composto por artigos pré-monetários, preciosos objetos relacionados ao dinheiro, seu fabrico, moedas e notas do mundo, desde sua origem ao longo de seu percurso na história da humanidade, possui uma abordagem contemporânea com recursos multimídias em que possibilita ao visitante interagir no ambiente, viajar no túnel do tempo e da imaginação com uma programação educativa e cultural para todas as idades.

A exposição é subdividida em 9 etapas, a primeira é “Tocar” que inicia com o conceito do dinheiro, em seguida expõe uma barra de ouro que está acessível ao toque, enquadrada pela porta da antiga casa forte, a qual foi exploração mineira no garimpo brasileiro e produzida na África do Sul pela Rand Refinery com mais de 12,6 Kg de ouro refinado, quase puro (99,9%).

Na sequência, a segunda “Trocar”, uma representação a troca direta de bens por outras formas de dinheiro; 3ª “Convencionar”, Origem da Moeda; 4ª “Representar”, Sala do Tesouro; 5ª “Narrar”, Genealogia do Dinheiro a Banca; 6ª “Fabricar”, Produção de Moedas e Notas; 7ª “Ilustrar”, Notas do Mundo; 8ª “Testemunhar”, O Homem e o Dinheiro e 9ª “Revelar”, Memória do Sítio.

Além de tudo isso há o Núcleo de Interpretação “Muralha D. Dinis”, pois em decorrência das escavações arqueológicas realizadas durante a remodelação da sede do Banco de Portugal em 2010 foi encontrada a muralha e artefactos, os quais permaneceram soterrados mais de 250 anos pelo grande terremoto de 1755. 

A muralha nos reporta ao século XIII que na altura Lisboa era um importante centro econômico e comercial e, assim, sofria muitos ataques. D. Dinis no seu reinado mandou contruir uma muralha para defender a cidade. O monarca ficou conhecido como “O Lavrador” quem promoveu a agricultura, a pesca e o comércio, fundou o Estudo Geral (a Universidade) e adotou o português como língua oficial.

De um agradável almoço ao mundo cultural, Lisboa Sempre Surpreendente…

 

Confira o vídeo sobre a matéria no meu canal no YouTube: LILIANA BORGES EM PORTUGAL

https://www.youtube.com/watch?v=xzclss4ZSdY

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