Evandro Borges

25/02/2022 09h34

 

A nova concepção de Cidade e Município diante dos desafios

A cidade que a população deseja é aquela em que a vida e nação se realizam. Na atualidade o conceito de cidade inteligente de novos saberes e tecnologicamente avançada, que seja acolhedora e possa prosperar a vida social e comunitária, que assegure empregabilidade e geradora de riquezas, inclusiva e cidadã, com meio ambiente equilibrado e com alimentação com capacidade nutricional possibilitando a realização de todas as satisfações das dimensões humanas consiste em uma construção desafiadora para as gerações presentes e futuras.

Os desastres que se abatem nas cidades e nas municipalidades brasileiras vitimando a população em perdas de vítimas humanas e no seu habitat destruindo suas identidades e raízes é por demais doloroso e lastimável. Em um ano são os crimes ambientais da mineração mineira produzindo perdas humanas, desalojando pessoas e comunidades inteiras, inviabilizando economicamente até populações tradicionais.

Em seguida são os sucessivos desastres de cidades com muitas encostas inadequadas arrasando com a moradia das famílias e um rastro de perdas de vidas humanas como é o caso de Petrópolis no Estado do Rio de Janeiro, ou então as inundações das cidades da Bahia, destruindo o abrigo familiar e o patrimônio dos munícipes, sem falar no êxodo rural em virtude das estiagens do semiárido produzindo vítimas de forma secular, sendo o bastante a leitura de obras clássicas da literatura nacional como: Vidas Secas de Graciliano Ramos ou  O Quinze de Rachel de Queiroz para uma visão desta problemática.

A construção da cidade e do Município dos novos tempos parece uma realidade distante do atual estágio histórico brasileiro, com educação e saúde acessível para a toda cidadania, com direito a cultura, ao esporte e ao lazer, com mobilidade urbana adequada e com a realização do exercício profissional e empreendedor que assegure renda com dignidade e se evite o crime organizado e as milícias que substituem as ações públicas.

O Brasil precisa de transformações, com reformas verdadeiras, principalmente na administração pública, que seja efetiva, capaz, eficiente, exercendo o poder de fiscalização em todas as suas atividades e a adoção de políticas econômicas inclusivas, tributando as grandes riquezas como inclusive, os países desenvolvidos e as grandes corporações estão sugerindo.

A política econômica que beneficia apenas pequenos agrupamentos e corporações em detrimento da maioria da população, não é democrática e nem nacional. É bastante ver a diáspora brasileira ou os guetos das classes abastadas nas cidades brasileiras (condomínios fechados e shoppings). A violência generalizada está exigindo um Estado policial com tropas permanentes nas ruas, e ainda, com um sistema penitenciário abarrotado de infratores, mas a vida com uma jornada dura e desumana não recrudesce.

As eleições que estão por vim podem contribuir para se fazer o bom debate. É um momento para muita reflexão e apresentação de propostas para se vencer os desafios. Quais as políticas econômicas que os candidatos defendem. Como se realiza a pluralidade e abertura para as diversas culturas da formação brasileira conviverem, haja vista, a violência brutal do escárnio que se assistiu contra o congolês no Rio de Janeiro morto a pauladas.

Quais as propostas para as novas concepções das Cidades e os Municípios brasileiros devem ser apresentadas para as análises do cidadão e eleitores. O momento é o mais adequado para se verificar as propostas, a legitimidade de quem está apresentando, a capacidade de execução, o que fez e produziu os candidatos nas suas trajetórias e o que pode ser apresentado no rumo do bem estar da população da nova concepção das Cidades e Municípios.


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