Emanuela Sousa

11/02/2022 13h05
 
O BBB, o óbvio e algumas repetições. 
 
Tenho acompanhado lentamente, o BBB deste ano...Apesar das críticas que o programa vem sofrendo e da baixa audiência, uma pauta necessária durante o programa foi, novamente levantada e gerou discussão na internet: o comportamento de Rodrigo, um dos participantes da casa. 
 
O nome de Rodrigo repercutiu não pela boa aparência e por ser um rapaz de classe média alta que viajou o mundo e que tem muitos privilégios, mas por ser um retrato de muitos hoje em dia. Veja bem, durante a participação no programa Rodrigo errou feio ao dizer "traveco" ao se referir um travesti, e rapidamente foi corrigido pelos demais, em outros momentos ele alegou que ninguém estava o "ensinando" a não cometer esses erros. 
Essa cena, me despertou um leve desconforto como telespectadora. (Imagine em outras pessoas) E eis que uma pergunta se acendeu em minha cabeça em seguida: porque nós, da minoria, teria a obrigação de ensina-lo? 
 
Primeiro que, estamos numa geração onde a tecnologia é abrangente. Temos acesso à internet, e todos os meios de comunicação. Temos internet no celular, televisão, bons livros... Ou seja, a informação chega com mais facilidade hoje em dia, não custa procurar se informar. 
Sabemos que assuntos como  LGBTQIA+, gênero,cor são assuntos complexos e que exigem sensibilidade e bom senso para ser debatido. Mas, por um lado uma grande parte dessa minoria está frustada de tanto ensinarem e ouvirem as mesma coisa. 
 
Segundo que, se a informação está tão acessível a nós, não é de nossa responsabilidade ensinar, explicar e contra argumentar. Rodrigo, do BBB e milhares de pessoas como eles têm, como obrigação, sair de suas bolhas. Para ser mais exata, sair de um mundo de fantasias onde só existem pessoas como eles. 
 
O mundo não é só deles, o mundo é nosso também. O mundo é do trabalhador, do negro, do oprimido, do Lgbtqia+ e de todas as minorias. Não é nossa obrigação ensinar a respeitar as diferenças (isso não deveria vir de berço?). Mas da classe privilegiada ao sair do casulo e descontruir-se. Perguntar com jeitinho e educação não custa. 
 
Ao sair do programa, ele recebeu uma surra de críticas e, aparentemente reconheceu seu erro em rede nacional.
 
No fundo, o que mais estamos querendo fazer nessa onda de violência gratuita e insensibilidade,  é fugir da tentativa desgastante de explicar o óbvio.

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