Evandro Borges

04/02/2022 08h15

 

A polêmica da privatização da Petrobras

A privatização da Refinaria Clara Camarão e dos campos maduros de produção de petróleo passou a ser uma realidade. Um ato administrativo finalizado. Um ato jurídico perfeito. De certa forma houve uma pequena mobilização em contrário. O Sindicato da categoria e a FUP vinha sistematicamente denunciando a saída da PETROBRAS do Estado do Rio Grande do Norte. As entrevistas com os dirigentes sindicais constam em todas as mídias sociais. 

A diminuição dos quadros funcionais, as transferências dos funcionários para outras regiões do país, eram constantemente informados e sinalizadores da diminuição das atividades da PETROBRAS no Estado do Rio Grande do Norte. O rebaixamento da Refinaria foi um sinalizador forte da finalização dos investimentos da PETROBRAS no Estado, com alguns poucos protestos.

É bom ressaltar a incansável disposição dos Senadores Jean Paul Prates e Zenaide Maia de se colocar contra esta situação, mas os principais atores sociais e os partidos progressistas não foram suficientes em motivar mobilizações robustas para colocar a discussão na ordem do dia da sociedade potiguar. Os ventos que sopraram do neoliberalismo exacerbado é de se reconhecer que foram fortes. 

O impacto da desmobilização de uma empresa da envergadura da PETROBRAS no Estado do Rio Grande do Norte na economia, nos investimentos acadêmicos, nas atividades sociais, culturais e humanos a História vai demonstrar a perda da presença da empresa que foi fator de industrialização no país e mobilizou os setores democráticos com campanha que marcou a História denominada de “O Petróleo é nosso”.

O PC do B através do seu Presidente, Divanilton Pereira marcou posição explicitando o seu posicionamento, devendo os outros partidos fazerem o mesmo, com a mesma coragem, para inclusive, demonstrarem qual o projeto de desenvolvimento que sugerem para o Estado, a favor da privatização ou mesmo contra, afinal, estamos em um país com democracia, que deve perdurar o pluralismo, possibilitando os posicionamentos claros e transparentes.

Para algumas forças defensores da energias de fontes consideradas limpas, respeitosa com o meio ambiente, em que prevalecem as energias do vento e do sol, transformadas em energia elétrica, como a matriz energética do futuro e em breve serão implantadas de modo robusto, o momento da privatização é agora, no entanto, esta visão do futuro não se pode perder de vista toda a produção dos derivados do petróleo que a humanidade ainda é dependente.

E no contexto da indústria do Estado do Rio Grande do Norte ainda contando com uma pequena parcela do Produtor Interno Bruto, perdendo para os produtos primários e do setor de serviços, com destaque para o turismo, a saída em definitiva da PETROBRAS do Estado que está cada vez mais se consolidando, consiste em um perda mesmo, pela sua dimensão empresarial e de sua capacidade de investimentos.

O Rio Grande do Norte com a presença da PETROBRAS, das empresas terceirizadas que aqui trabalhavam, com um contingente humano de força de trabalho qualificada e com bons salários transformaram muitos Municípios, sendo exemplos mais significativos que podem ser ressaltados: Mossoró, Assú, Carnaubais, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau e Guamaré.  


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