Emanuela Sousa

14/11/2021 11h07
 
Amadurecer ou envelhecer? Eis a questão
 
 
Reviro na caixa de memórias. Nela, muitas fotografias, acessórios, roupas que não uso, lembranças de pessoas que se foram, discos e livros antigos. 
 
Não foi fácil chegar até aqui. No fim dos dos meus 29,  tenho poucas e boas histórias para contar, mesmo sabendo que ainda tenho um longo caminho a percorrer. 
 
Esses 29 anos, até essa presente data, passou por uma espécie de revolução. Fui chamada para segurar responsabilidades, abandonar de vez o tédio, deixando de lado romances fictícios que tomavam conta do meu tempo. 
 
Nos 29, precisei brigar para ser respeitada, e me encontrar como pessoa e mulher na sociedade.  Precisei abandonar o barco, deixar amores que já não eram mais meus, precisei aprender sobre a dádiva do perdão,  fechar portas para abrir um novo ciclo. 
 
Aos 29, aprendi um pouco mais sobre o amor, mais precisamente sobre o amor próprio. E que está tudo bem se não estou com alguém, "o importante é que tenho a mim". 
 
É verdade que quando estamos perto de completar 30 anos não queremos mais perder tempo... Queremos o essencial, e o banal, superficial já não nos interessa mais. 
 
Não queremos mais perder tempo com estresses desnecessárias, na maior parte do tempo ter paz ao invés de ter razão. 
 
É verdade que, completada essa idade imaginamos que nossa vida seja um reflexo do filme "De repente 30", mas nem sempre isso é possível.
 
É verdade que, aos chegar aos 30 anos sentimos que já estamos 'envelhecendo' e quando olhamos para trás vemos que temos mais bagagens do que nossos amigos mais novos. Desconfio que, ao chegar no final dessa coluna,  essas bagagens não são reflexo do envelhecimento, mas do amadurecimento.
 
Ainda sou sonhadora, há brilho nos meus olhos, me encanto com pequenas coisas,  só não quero mais repetir os mesmos erros dos vinte e tantos...
 

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