Emanuela Sousa

01/11/2021 09h44
 
Tempos modernos e o tempo que não vivi. 
 
 
Tenho vivido de passado. Admito. 
 
Os últimos tempos têm me deixado tediada, pensando como era bom há alguns anos atrás, quando não tinha muita responsabilidades, quando a tecnologia não estava tão avançada e ainda usávamos SMS para mandar mensagem, quando não vivíamos este caos que estamos vivendo constantemente.
 
Geralmente não costumo ser saudotista, sempre admirei o viver intensamente e apreciei o momento, consequentemente acabo deixando o passado onde sempre esteve. 
 
Mas os últimos dois anos tem me oferecido apenas amores curtos, fajutos, paixões  pequenas e desinteressantes. Sinto tédio, tanto tédio que prefiro as aventuras dos livros do que um romance da realidade. 
 
Volto a ficar nostálgica.
 
Lamentei por diversas vezes não ter vivido na época dos anos 70 e 80 quando as declarações eram feitas através de cartas feitas a mão, quando a máquina de escrever era o único meio do escritor publicar suas obras e quando o único flerte se realizava pela troca de olhares, nas ruas à fora.
 
Tenho tido preguiça da Internet ultimamente, dos aplicativos de relacionamentos, da hipocrisia que ronda as redes sociais. Preguiça, tédio,  desprazer... 
 
Tenho escutado músicas clássicas também. Esses dias me peguei ouvindo álbum  "Pulse" da banda Pink Floyd. Até então nunca havia parado para dar a devida atenção, e fiquei pensando "como eu nunca havido escutado essa obra prima antes?" 
Antes fosse, antes tivesse vivido nessa época para assistir a um show ao vivo. Isso sim seria extraordinário, me deixaria arrepiada da cabeça aos pés. 
Ou ao menos ter tido em mãos este disco, uma raridade hoje em dia - inclusive tenho paixão por discos... 
 
No mais, o futuro ainda é uma incógnita. 
 
Avançar alguns anos só para ver o que o futuro me resta não seria lá uma das melhores idéias. Mas, ainda tenho a tímida  esperança no peito que tempos incríveis virão  - em especial pós pandemia. O que tem logo a frente prefiro deixar como surpresa. 
 
Talvez o mundo moderno, tecnológico e repentinamente frio me surpreenda positivamente,  me tire essa impressão que os anos 80 foi melhor... Um tempo que não vivi e que não voltará para experimenta-lo.
 
Talvez o incrível esteja me esperando lá na frente, no mundo contemporâneo, enquanto o tédio me consome. 
 
Prometo que volto aqui para contar.

*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).