Liliana Borges

28/08/2021 00h47
 
CIDADE MEDIEVAL, Monsaraz a Reguengos…
 
 
Monsaraz é uma aldeia medieval situado no Concelho de Reguengos de Monsaraz, Distrito de Évora no Alentejo a cerca de 53 km de sua capital que leva o mesmo nome e a 185 km de Lisboa com 782 habitantes (2011), aos seus pés o Rio Guadiana e a fronteira com Espanha, considerada o berço do município.
 
É um museu ao céu aberto, a vila tem vida própria onde vivem dentro de suas muralhas cerca de 20 famílias, além disso, o comércio, restaurantes e cafeterias funcionam a todo vapor. É realmente uma autêntica viagem no tempo.
 
O Castelo de Monsaraz possui uma localização estratégica no alto de uma colina, região fronteiriça que na época da Guerra da Restauração, entre o Reino de Portugal e a Coroa de Castela no século XVII, representou um importante papel. Atualmente é uma linda vila com seus cantos e recantos em harmonia com a paisagem agraciada pelo “Grande Lago” do Alqueva.
 
 Tivemos a oportunidade de almoçar no “Café e Restaurante Xarez” onde saboreamos “Bife de Atum com Molho de Salsa”, minha filha optou pelo “menu infantil” hambúrguer crocante no prato, arroz e batata frita. Como sobremesa apreciei a “Siricaia”, tipicamente alentejana, doce conventual a base de ovos e canela regado com uma deliciosa compota de ameixa e, a miúda um “gelado de morango” artesanal. Além de tudo isso, uma belíssima vista panorâmica.
 
Caminhando por suas ruas nos deparamos com graciosas lojas, entre elas a “XarazArte” com lindas peças de cerâmica trabalhada e pintada a mão, fabricação própria. Ainda, vislumbramos as charmosas residências, igrejas, monumentos, sua muralha e o precioso piso ao longo da cidade muito bem conservados.
 
Reguengos de Monsaraz é a sede do concelho, ou seja, é a cidade mais moderna que por lá vivem a maioria das pessoas que trabalham na antiga fortaleza com aproximadamente 7.200 habitantes, dista 17 km de Monsaraz. É uma região recheada de história desde a pré-história aos romanos, visigodos e árabes, sendo conquistada definitivamente por D. Sancho II com auxílio dos Templários em 1232.
 
Na localidade há muitos vestígios de civilizações que a habitaram por mais de 6000 anos, deixando suntuosos monumentos pré-históricos considerados três tipos: os “Cromeleques do Xerez” que são várias pedras dispostas em círculo com uma ao centro, espécie de relógio solar que na sequência da mudança da posição do sol vai surgindo nova sobra, os quais foram erguidos entre o início do 4º e meados do 3º milênio a.C.
 
O segundo, “Anta” é um conjunto megalítico que são formados por pedras ordenadamente por duas na posição vertical e uma no topo na horizontal, era utilizada como câmara mortuária datadas por volta de 3500 a 3000 a.C.; o terceiro são os “Menires”, pedra de granito cilíndrica com aproximadamente 4 m de altura e um de diâmetro, quando encontrada está geralmente sozinha e na sua volta sempre há resquícios de atividades humana, sua forma está associada a fertilidade e sexualidade. 
 
Quanto a sua economia se destaca a vinicultura e o turismo. Existem várias vinícolas renomadas na região entre elas a “José de Souza”, a qual conhecemos e tivemos a honra da vista guiada por Sofia Lima, ao final com as tradicionais provas de vinhos, como também, as crianças têm direito a prova de sucos. Seus vinhos vão dos jovens, puro talha, premium ao renomado “J”.
 
 Esta é uma das adegas mais antigas da região desde 1878, seus fundadores foram o Senhor José de Sousa e sua Senhora Dona Julieta, posteriormente herdada pelo irmão de sua esposa, mais adiante em 1986 foi vendida para José Maria da Fonseca que decidiu manter a tradição de produzir vinho em talhas, grandes jarros de cerâmicas, suas vinhas estão aproximadamente a 2 km da adega na propriedade Monte da Ribeira com cerca de 70 hectares. 
 
Entre os cantos e encantos estão as praias fluviais como a “Praia de Monsaraz” a qual por sinal é linda, organizada como todas portuguesas e na temporada de verão, também, é concorridíssima.
 
Vale muito conhecer, um passeio por dentro de um ilustrado livro de história ao vivo e a cores com direito a retornar ao mundo contemporâneo…
 

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