Liliana Borges

20/02/2021 00h20
 
CONIMBRIGA, Cidade Romana…
 
 
Conimbriga foi uma antiga cidade romana situada no Município de Condeixa pertencente ao Distrito de Coimbra, a cerca de 17 km de sua capital que leva o mesmo nome.
 
O conhecimento da existência desta cidade é desde o século XVI, mas somente no século XIX, em 1898, começaram as escavações e seus estudos, provavelmente, um fator que contribuiu para preservar suas edificações foi o abandono após a queda do seu império, ficando soterradas por longo período.
 
As ruínas romanas de Conimbriga são consideradas a principal estação arqueológica portuguesa, pois há vestígios que a região teria sido habitada desde o neolítico, e, assim, é a joia do Concelho de Condeixa. Acredita-se que sua relevante história começou a ser traçada com o domínio romano por volta 138 a.C., destacando-se como uma cidade luso-romana.
 
Sua povoação começou a ser mais identificada desde a Idade do Cobre que cronologicamente seria o período entre o Neolítico a Idade do Bronze e, possivelmente, foi habitada até ao século IX, sendo um importante centro durante a República Romana. A cidade é protegida como Monumento Nacional que foi classificada em 1910.
 
Nos registros constam que os Romanos terão conquistado Conimbriga antes da era cristã, durante a expedição de Décimo Junio Bruto, mas somente no reinado de Augusto é que a cidade se remodelou à maneira romana e um dos principais elementos que caracterizou o estilo foi uma grande muralha delimitando a cidade em mais de 20 hectares.
 
Nas muralhas romanas sempre existiam portas que eram de grande relevância para eles, pois davam acesso à cidade pelas principais vias, atualmente existem apenas uma que abria na via de Sélio. Os romanos se destacavam na engenharia deixando muitos legados nos territórios que conquistaram ao longo da história.
 
 Nesta região foram achados vários marcos miliares nas suas estradas e imediações, estes eram grandes colunas de pedra com inscrições sobre qual imperador havia construído ou melhorado a via específica com a indicação da distância que se situavam, os quais eram contados em milhares de passos, daí então a “milha”.
 
Ao longo dos anos com as escavações e estudo dos artefactos e relíquias encontrados foram montando a história como um jogo de quebra-cabeça que cada peça descoberta é uma parte essencial para formar a gravura e, assim, cada lugar explorado tem sua importância e seu significado. 
 
A exemplo da Casa dos Repuxos é uma extraordinária obra de arquitetura, este foi um dos primeiros edifícios contruídos pelos Romanos na cidade que sua finalidade era comercial, posteriormente foi remodelado, demoliram parte dele e construíram uma suntuosa residência aristocrática, por volta de 120 a 150 d.C.
 
Os mosaicos da casa são deslumbrantes que nos reportam aos meados do século II d.C., como também, aos finais do século III ou início do século IV. Eles representam 3 temas: os mitos heroicos, o ciclo de Baco e a caça. Ademais em várias edificações deparamos com belos mosaicos por toda cidade, os quais retratam os costumes, o cotidiano e a cultura da época, e por si só vão contando a história deste lugar.
 
Os fóruns romanos estavam no centro da cidade onde eram localizadas construções públicas de grande importância e centro comercial, onde realizavam cerimônias triunfais, eleições, discursos públicos, confrontos ente gladiadores, enfim “onde tudo acontecia” e em Conimbriga não deveria ser diferente, foi criado cerca 15 antes da era cristã.
 
As termas eram os famosos banhos públicos que poderiam ter diversas finalidades como a higiene corporal, a terapia pela água com propriedade medicinais e, normalmente dividiam em turnos que separavam homens e mulheres. Em Conimbriga havia várias termas, mas a Termas do Sul foi um dos maiores monumentos construídos na cidade. 
Sabe-se pouquíssimo sobre os habitantes que viveram nesta cidade e ainda quem viveu em cada casa encontrada, em alguns objetos achados estavam nomeados seus proprietários, em uma das residências estava escrito no capitel à entrada da casa o nome Anderco, Gaio Célio Rufo na Casa dos Repuxos e poucos outros mais.
 
Por todo o sítio há inúmeros lugares que merecem ser visitados como Casa da Cruz Suástica e Casa dos Esqueletos, Anfiteatro, Basílica Paleocristã, entre muitos outros. Infelizmente é impossível em um pequeno artigo descrever cada um.
 
Lugar encantador para viajar no túnel do tempo com a nossa imaginação. Como deveria ser o cotidiano deste povo que lá habitou? Os amores, as alegrias, a família, os conflitos, o trabalho, as festividades…
 
Mais um lugar imperdível nestas belas Terras Lusitanas…
 

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