Liliana Borges

23/01/2021 00h04
 
FRAGATA, D. Fernando II e Glória…
 
 
Passear por Portugal é muitas vezes como entrar em um túnel do tempo, relembrar nossas aulas de história quando erámos crianças, folhear nossos antigos livros, mas com a sensação que estamos voltando ao passado ao vivo e a cores. É fenomenal!
 
A semana passada fui a Almada, a cerca de 12 km de Lisboa, e aproveitei para visitar mias uma vez a Fragata “D. Fernando II e Glória”. A embarcação foi a última nau portuguesa da carreira da Índia, construída em Damão na Índia Portuguesa e lançada à água em 22 de outubro de 1843. 
 
Conforme seus registros o navio foi preparado para 60 bocas de fogo e uma tripulação em torno de 145 a 379 homens, chegando a transportar mais de 600 pessoas incluído passageiros. Ligou Portugal aos territórios portugueses da Índia pelo um período de 33 anos, navegando mais de 100.000 milhas náuticas, semelhante a cinco voltas ao mundo.
Posteriormente serviu como Escola de Artilharia Naval e em 1945 foi sede da Obra Social da Fragata D. Fernando que acolhia rapazes com dificuldades econômicas, os quais recebiam instruções escolar e Treino de Marinharia. Mais adiante em 1963 ocorreu um incêndio ocasionando grandes danos na sua estrutura. Em 1992 foi removida do Tejo para o Estaleiro Ria Marine em Aveiro e daí a Marinha conduziu a um processo de restauro.
 
Atualmente é um navio museu que foi restaurado equivalente como foi a nau na década de 1850, onde os visitantes podem perceber como era a vida a bordo na época. Sua denominação foi em homenagem D. Fernando, marido da Rainha D. Maria II de Portugal, e a própria que seu nome era Maria da Glória. Iremos fazer um passeio ao século XIX…
 
Imaginem iniciar a visita pelo convés que está tal e qual como se encontrava naquele tempo e, após descer ao primeiro pavimento com uma agradável surpresa ao deparar com bonecos representando pessoas, inclusive na altura e semelhança. Ao longo do navio podemos ver a tripulação a trabalhar e até o Comandante que se encontra no seu Gabinete, ainda, seus confortáveis aposentos dignos de sua patente: seu dormitório, vestuário, sala de jantar com mesa posta e auxiliares a servir, entre vários quadros interpretados.
 
No decorrer do caminho vislumbramos várias cenas como na cozinha, o cozinheiro preparando a alimentação; refeitório no momento de funcionamento; espaço com redes e marinheiros a descansar; botica com medicamentos; enfermaria com atendimentos aos pacientes; gabinete médico e seus aposentos; cabine de passageiros; marcenaria; paiol, entre muitos outros. 
 
Cabe ressaltar que por todos os lugares há representação da tripulação exercendo suas atividades, como também, alguns passageiros com riqueza de detalhes idênticos como fossem reais.
 
É realmente uma cópia fiel como era uma embarcação naquela época mostrando a rotina dos trabalhadores com suas atribuições laborais mediante cenários espetaculares.
Está temporariamente encerrado devido as medidas de segurança para combater a pandemia, mas ainda tive tempo de visitar anteriormente as novas regras estabelecidas.
Lugar surpreendente e encantador, vale muitoooo conhecer…
 

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